O idoso independente conserva boa parte de suas atividades mentais e corporais e consegue desenvolver suas Atividades de Vida Diária (AVD) normalmente. Saiba mais neste artigo.

Considera-se assistido independente aquele que conserva suas capacidades mentais e corporais para desenvolver suas atividades de vida diárias e instrumentais. No artigo anterior, falamos de várias doenças e condições que levam à necessidade de cuidados.

O que determina a classificação do grau de dependência do assistido será a avaliação da capacidade funcional dele.

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Autocuidado com o idoso

Geralmente, um profissional habilitado realiza a avaliação das capacidades para determinar essa classificação de dependência baseado em alguns critérios, como autocuidado (higiene pessoal, alimentação, vestuário), controle de esfíncteres e locomoção. Alguns ainda avançam para quesitos mais complexos, como comunicação e cognição.

Avaliando esses critérios, o profissional constata se o assistido tem independência total, moderada ou modificada (quando necessita de alguma supervisão ou existe algum risco), dependência parcial (ajuda mínima, moderada ou máxima) e totalmente dependente ou com dependência completa.

Não cabe aqui esmiuçar a forma como esta avaliação é realizada ou o tipo de escala usada ou mais apropriada. O importante é saber as condições apresentadas pelos assistidos desde a independência até a dependência total, além de quais serão os cuidados necessários.

O assistido totalmente independente precisa ter alguma demanda para necessitar de acompanhamento ou cuidados. Muitos idosos são ainda capazes de viver e se auto cuidarem sozinhos, mas a família deve ficar atenta para os sinais de alerta que levantam a suspeita de déficit das capacidades funcionais.

Quais idosos precisam de cuidados com Atividades de vida diária?

Os cuidados ao assistido com independência para Atividades de vida diária se referem à companhia, supervisão e prevenção de riscos, execução de atividades menores (servir o prato, confirmar uso correto de medicamentos) e atenção a queixas e manifestações anormais.

O acompanhante de idosos é uma figura muito requisitada quando as necessidades do idoso estão relacionadas a não ficar sozinho em casa, insegurança para atividades externas (consultas, passeios), permanecer na residência na ausência dos familiares e até dirigir ou usar outros meios de transporte.

As pessoas com classificação de independência para AVDs necessitarão de suporte em caso de algum risco eminente ou alterações iniciais de suas capacidades funcionais, ainda sem prejuízo de autonomia.

As principais condições que impõem a necessidade de um acompanhante ou supervisor são o risco ou histórico de quedas, hipertensão descompensada com ou sem sequelas de agravamento, diabetes com difícil condução por parte do assistido (medicamentos, dieta e acompanhamento da glicemia) e déficits inicias de memória com histórico de risco importante (esquecimento de gás ligado, por exemplo).

Necessidade de supervisão do idoso

Alguns órgãos ou sistemas vão reduzindo parte de suas capacidades com o avançar da idade. As principais alterações que acontecem são referentes à visão, audição, memória, tônus e força muscular. Algumas evidências podem chamar a atenção para a necessidade de supervisão ou de instrumentos de auxílio ao idoso:

Alterações da visão

Acontecem em função do avançar da idade e não restringem necessariamente a autonomia para autocuidado, mas podem ser um fator de risco para acidentes e prejudicar a qualidade de vida dos idosos. A dificuldade para leitura, atividades manuais, assistir televisão e realizar as atividades instrumentais traz bastante frustração e ansiedade aos idosos.

O acompanhamento oftalmológico deve ser regular, de preferência anualmente, para mensurar a acuidade visual dos idosos. Esses cuidados são importantes também para aqueles que possuem algum fator de risco para o aumento da pressão intraocular (Hipertensão) e retinopatia (Diabetes).

Redução da audição

A redução da audição também é uma característica da senescência e pode prejudicar a comunicação e até mesmo a memória. Alguns idosos têm indicação de uso de aparelho auditivo para corrigir ou melhorar a escuta, embora haja uma dificuldade de adaptação por parte de alguns deles.

Início de déficit de memória

Os pequenos déficits de memória recente são comuns com o avançar da idade. Entretanto, é importante investigar se a dificuldade é uma consequência comum do envelhecimento ou se algum processo de demência está dando sinais de aparecimento.

Nenhum comprometimento de memória deve ser menosprezado, pois algumas demências podem ter acompanhamento precoce e proporcionar aumento da expectativa e qualidade de vida dos portadores e maior preparo familiar.

Redução de força e tônus muscular: é uma consequência normal do envelhecimento, embora as condições osteomusculares possam sempre ser melhoradas com atividade física regular e alimentação equilibrada.

O histórico de vida ativa antes da idade avançada faz diferença para a qualidade do tônus da musculatura e dos ossos em um idoso. Mesmo com a redução da agilidade e dos reflexos, atividades físicas devem ser encorajadas mediante avaliação e liberação do médico.

Início de déficit de autocuidado

Idosos podem negligenciar o próprio autocuidado ou ter dificuldade para manter o mesmo nível de atividade que foi realizado durante toda a vida.

Ora por incapacidade física para realizar com destreza as atividades corriqueiras, ora por algum processo neurológico ou psicológico em curso, as atividades importantes de vida diária podem se apresentar deficientes.

Quando o idoso reside com algum familiar, é possível perceber alguns déficits na higiene corporal, do vestuário e do ambiente, alimentação e uso de medicamentos. Entretanto, quando o idoso reside independente dos filhos ou qualquer outro familiar, essa percepção para avaliar a qualidade do autocuidado fica prejudicada. Nessa circunstância, a família pode demorar a identificar alguma falha e, em algumas situações, o pior chega a acontecer.

Sono prejudicado

É comum que alguns idosos se queixam da redução das horas de sono, interrupção do sono ou insônia. Esses distúrbios refletem na saúde física e mental, pois temos essa necessidade diária que nos acompanha desde a infância até a velhice. O corpo necessita de repouso para restaurar as energias consumidas durante o tempo em que esteve alerta e para manter a memória ativa.

Uma pessoa saudável e jovem geralmente dorme em torno de 7 a 8 horas por noite e não deve apresentar distúrbios de sono. Com o avançar da idade, o sono fica mais frágil e instável. As queixas de dificuldades para dormir ou cansaço durante o dia são comuns a pessoas que apresentam algum distúrbio de sono. Porém, é mais fácil avaliar quando o queixoso dorme acompanhado (se apresenta roncos, agitações ou apneia) ou quando consegue se recordar das interrupções noturnas.

Alguns fatores que prejudicam o sono devem ser afastados antes de requerer a ajuda médica. Evitar alimentos ou bebidas estimulantes e situações que causem estresse ou preocupações e reduzir as fontes de calor ou frio, os ruídos e a iluminação são cuidados básicos de higiene do sono.

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Depressão em idosos

É considerado o mal do século e também afeta os idosos. Problemas de saúde, a proximidade do final da vida, solidão, distância de familiares, da residência ou cidade natal e perda do companheiro são algumas das situações que podem desencadear no idoso o estado depressivo, que pode se instalar e se prolongar. Muitos irão necessitar de terapia medicamentosa para controlar a doença.

Existe pré-disposição para aqueles que possuem familiares com a doença, que deve ser reconhecida precocemente para evitar que o sofrimento se prolongue e afete a saúde física. Pessoas com depressão tendem a ter sentimentos que são comuns a qualquer pessoa, mas com intensidade aumentada e tempo prolongado.

Alguns sinais são: tristeza excessiva, sonolência ou insônia, desmotivação, angústia, ansiedade, falta de vontade, pessimismo, medo, insegurança, pensamentos e tentativas suicidas, negativismo, perda da libido, apatia, aumento ou falta de apetite, perda ou ganho de peso, dores pelo corpo e sintomas gastrintestinais (diarreia, vômitos, náuseas).

Só o médico pode diagnosticar e tratar a depressão, mas quando se percebe alguns desses sintomas num idoso de forma frequente, cabe alertar à família para que uma avaliação especializada seja providenciada.

Observações:

  • O que leva um assistido a ser mais ou menos dependentes é apenas a avaliação da sua capacidade funcional.
  • Idosos com independência para Atividades de vida diária podem necessitar de cuidados relacionados à supervisão e prevenção de riscos.
  • Fraturas promovem dependência que podem ser transitórias ou permanentes de cuidados básicos para idosos.

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