Economia na terceira idade no século XXI

Economia na terceira idade sob a ótica de como manter o idoso produtivo e economicamente ativo (mesmo aqueles dependentes de cuidadores) é o assunto de hoje no Blogdocuidado. Leia e surpreenda-se.

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Qual a diferença entre o cuidador de idoso, acompanhante de idosos e o enfermeiro de idoso?

Entrevistamos o especialista Ricardo Pessoa, sócio-diretor da Senior Geek, empresa especializada na capacitação de idosos para o mundo digital e para os desafios do pós-aposentadoria.

Economia para idosos

Acvida: A educação foi a chave para o sucesso das nações desenvolvidas no século XX. Como o Brasil pode aproveitar a experiência de seus idosos como trampolim para a economia do século XXI?

Ricardo: O Brasil é considerado o 3° pior país do mundo para se contratar mão de obra qualificada. Resolver essa questão não é fácil nem rápido, e a economia na terceira idade (manutenção dos idosos no mercado de trabalho e no mundo do empreendedorismo) pode ajudar.

Por que desvalorizar o idoso? Por que “sucatear” esse estoque de mão de obra capacitada por preconceito e regras sociais ultrapassadas?

Atualizar tecnologicamente os sêniores, incluí-los digitalmente, é destravar seu potencial de trabalho no século XXI. Isso tem o potencial de permitir que a sabedoria que acumularam fique a serviço da sociedade por muito mais tempo.

Acvida: A educação também é chave para o sucesso profissional do cuidador. Como a capacitação do cuidador pode aumentar suas habilidades de arrumar emprego e se manter empregado?

Ricardo: Este é outro tema importante. O cuidador de idosos é uma das profissões que mais cresceram nos últimos anos. O Brasil envelhece rapidamente e, consequentemente, cresce a demanda por cuidadores e acompanhantes.

Mas as pessoas que procuram emprego como cuidador nem sempre se qualificam com cursos adequados.

Aprender habilidades sociais, ter empatia com a pessoa de quem cuidamos, saber manter uma “prosa boa”, como se diz em Minas Gerais, pode fazer toda a diferença na empregabilidade e na manutenção do emprego.

Pense: se você vai contratar um cuidador para acompanhar quem você ama, não gostaria que essa pessoa lesse livros e artigos interessantes para seu ente querido? Ou achasse e assistisse com ele filmes antigos e legais na internet? Que tivesse capacidade para comentá-los de igual para igual?

E não seria essa pessoa (o cuidador) muito menos sujeita a uma demissão do que aquela que mal sabe trocar uma fralda geriátrica?

Desenvolvimento de negócios na terceira idade

Acvida: Empreendimentos feitos para idosos, assim como aqueles feitos por idosos, brotam em todo o mundo e tornam a economia na terceira idade cada vez mais pujante. Como é o cenário no Brasil?

Ricardo: Os idosos hoje vivem mais e melhor. Consequentemente, consomem produtos e serviços por mais tempo.

Os 60+ (pessoas acima de 60 anos) são o extrato da sociedade que mais cresce no mundo, mas permanecem quase invisíveis para as marcas e negócios. Quantos negócios são voltados para esse segmento que não sejam ligados à doença, invalidez ou dependência? Economia na terceira idade não é só saúde.

Pergunto: quem melhor que um sênior para saber o que um sênior quer e precisa? Na Seniorgeek temos como objetivo destravar esse potencial empreendedor ancorados na lógica: sabemos (os idosos) o que precisamos e (principalmente) sabemos o que não queremos. 

Sêniores querem negócios que os atendam tanto como consumidores quanto como mão de obra, sejam com fins lucrativos ou não. Porque uma estratégia de envelhecimento bem sucedida passa por manter-se conectado e produtivo.

Economia na terceira idade e o cuidador de idosos

Acvida: Idosos dependentes de um cuidador, mas ativos mentalmente, também podem empreender?

Ricardo: Vou citar o famoso cientista britânico Stephen Hawking que sofreu de esclerose lateral amiotrófica durante a maior parte de sua vida. Ele conseguiu se manter ativo e produtivo inclusive na terceira idade foi um exemplo de vida.

E é com uma frase (conselho) dele para seus filhos que quero responder sua pergunta.

Primeiro, lembre-se de olhar para as estrelas e não para os seus pés. Segundo, nunca desista de trabalhar. O trabalho te dá significado e propósito e a vida é vazia sem isso. E terceiro, se você tiver sorte suficiente para encontrar o amor, lembre-se que ele está lá e não o desperdice”.

Responsabilidade social com os idosos

Acvida: Gostaria de deixar algum recado para os idosos, seus cuidadores e familiares?

Ricardo: Abracem o mundo digital, venham aprender e se conectar com outras pessoas. Mantenham-se ativos e, sempre que possível, agarrem oportunidades da economia na terceira idade. Suas vidas vão serão melhores e mais divertidas.

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