Dia mundial do diabetes: saiba os perigos do diabetes em idosos e como estes podem ser evitados

O diabetes em idosos é cada vez mais presente. Infelizmente, essa doença pode trazer diversos outros problemas (silenciosos) relacionados à saúde. Saiba como reconhecer e evitar as complicações decorrentes da condição.

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Diabetes em idosos

Enquanto a expectativa de vida aumenta, os números do diabetes em idosos também crescem. Estima-se que 16,8 milhões de brasileiros possuem diabetes (11,4% da população), e aqueles que possuem mais de 65 anos com presença de diabetes são estimados em 6,1 milhões.

Reforço a importância do diagnóstico apropriado, uma vez que possui um caráter silencioso no início do quadro, e 46% do total de pacientes com diabetes desconhecem o seu diagnóstico.

Porém, será que as pessoas com idade acima de 65 anos realmente devem ser tratadas igualmente aos mais jovens? A resposta, dizem os especialistas, é não. Apesar de a pessoa idosa estar sujeira às mesmas complicações que as mais novas, o aumento do risco cardiovascular exige maior atenção.

No vídeo abaixo falo um pouco mais sobre o assunto:

Diabetes: um problema silencioso

Muitas pessoas só descobrem a diabetes quando estão graves, ou quando já exigem cuidados específicos. Por isso, é importante o acompanhamento médico regular, além de não se automedicar para mascarar os sintomas.

43 amputações diárias no Brasil por causa da diabetes

O Brasil registra a triste marca de 43 amputações de membros inferiores por dia, decorrentes de complicações da doença. Os dados, do Ministério da Saúde, se referem à soma de 10.546 amputações feitas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) entre janeiro e agosto de 2020, ao custo financeiro de R$ 12,3 milhões.

A Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) alerta que o principal motivo que leva a essas amputações é a falta de cuidados com a doença.

Diabetes é a causa mais comum para amputações de pés e pernas, com cerca de 60% dos casos.

Em 85% dos casos, o problema aparece como uma ulceração nos pés, ou seja, uma lesão nos tecidos, que pode ser tratada. O diabetes causa perda da sensibilidade, e os ferimentos podem evoluir para o chamado pé diabético, chegando aos casos graves de gangrena que necessitam de amputação.

O paciente diabético precisa ficar atento a qualquer sinal nos pés, como frieiras, bolhas, ferimentos e calos. Os cuidados envolvem secar os pés com cuidado após o banho, manter a pele hidratada, utilizar meias de algodão e evitar sapatos fechados

Quando a pessoa é considerada diabética?

⦁ Quando o exame de glicose no sangue (glicemia em jejum) for superior ou igual a 126mg/dl.
⦁ Quando o exame de sobrecarga de glicose (glicemia após 2 horas de consumida uma solução com 75g de dextrosol) se apresentar superior a 200mg/dl
⦁ Quando o exame de hemoglobina glicada (que avalia a média da glicose dos últimos 3 meses) for superior ou igual a 6,5%.
⦁ Quando o exame de glicose aleatória no sangue (glicemia sem relação com o tempo da última refeição) for superior ou igual a 200mg/dl, acompanhado de queixas comuns como muita sede, fome excessiva, emagrecimento.

O que é uma pessoa pré-diabética?

É alguém cujos níveis acima estão acima do considerado normal, mas abaixo do considerado patológico. Sendo assim, o pré-diabetes serve de alerta para que a pessoa mude seus hábitos e estilo de vida ANTES de se tornar diabética.

Qual a diferença entre pré-diabetes e diabetes?

O pré-diabético terá valores entre o normal e o diabético (100mg/dl a 125mg/dl) para a glicemia de jejum, para o exame de sobrecarga de glicose (140mg/dl a 199mg/dl) ou para a hemoglobina glicada (5,7% a 6,4%). Fonte: Sociedade Brasileira de Diabetes.

Por favor observe que apenas um médico poderá solicitar exames e estabelecer um diagnóstico, que pode requerer exames adicionais não listados neste artigo.

Qual é a meta de tratamento para o paciente idoso com diabetes?

A meta de tratamento para o diabetes deve ser individualizada de acordo com perfil do paciente, tempo de doença, risco de hipoglicemia, envolvimento com o tratamento, presença de comorbidades, expectativa de vida, dentre outros critérios.

No paciente idoso, com baixa expectativa de vida, deve-se realizar controle de dano e tolerar hiperglicemias permissivas e manter a hemoglobina glicada até 8,5%. Pois, nesse cenário, o paciente não terá comprometimento da sua saúde relacionado ao diabetes, bem como terá menor risco de hipoglicemia.

Já no contexto do paciente idoso ativo com estado funcional e cognitivo preservado, deve-se objetivar o bom controle glicêmico com meta de hemoglobina glicada menor que 7,0%, com expectativa de reduzir complicações relacionadas com o diabetes e aumento de sobrevida.

O que fazer para cuidar de um idoso com diabetes? 

É importante salientar que o diabetes em idosos exige tratamento individualizado.

Os principais objetivos devem ser o de tratar (controlar) o diabetes evitando suas complicações urgentes, como as quedas do nível de glicose no sangue (hipoglicemia), ou as complicações de longo prazo, como problemas de circulação (que podem levar a amputações) ou problemas de visão (que podem levar à cegueira), dentre outros.

Alguns sintomas incluem fome e sede excessiva e vontade de urinar várias vezes ao dia. No diabetes tipo 1, pode ocorrer também perda de peso, fraqueza, fadiga, mudanças de humor, náusea e vômito.

No tipo 2, são sintomas também formigamento nos pés e mãos, infecções na bexiga, rins, pele e infecções de pele, feridas que demoram para cicatrizar e visão embaçada.

Nos pacientes idosos, as hipoglicemias podem ser confundidas com doenças neurológicas, como isquemias e demência. Outros sintomas bem comuns da diabetes em idosos são: fraqueza, delírio, confusão, tontura.

Os sintomas tendem a aparecer principalmente quando os idosos usam medicamentos capazes de estimular o pâncreas a secretar insulina. Ou ainda naqueles que usam insulina.

Outro ponto importante sobre o manejo do diabetes em idoso é justamente a modificação do estilo de vida. Muitas pessoas na terceira são completamente sedentárias, e há vários motivos para isso.

Entre os maiores problemas que ajudam no sedentarismo estão: dificuldades na visão, depressão, insegurança, dentre outros. Isso acaba fazendo com que os idosos se movimentem menos. E quanto menos exercícios no paciente diabético, pior tenderá a ser o metabolismo da glicose, favorecendo o aumento dos níveis de glicose no sangue.

Sendo assim, uma atividade física orientada por profissional habilitado (que consiga criar empatia com o idoso, estimulando-o ao exercício), acompanhada de uma alimentação apropriada (ao gosto do idoso) acabam criando um ambiente que contribui para o controle e melhora do quadro.

Quer saber mais sobre a diabetes em idosos?

Confira nossa entrevista sobre envelhecimento saudável com o endocrinologista Márcio Dytz.

Instagram @marciodytz

Site: www.ideb.med.br