Sumiu dinheiro na carteira do idoso: onde estava o cuidador na hora do crime?

Pequenos furtos, como no dia em que sumiu dinheiro na carteira do idoso e os familiares ficaram se perguntando como aquilo foi acontecer dentro da sua própria casa, infelizmente, podem ocorrer em residências onde trabalham cuidadores. Contudo, tal ocorrência não é comum, nem muito menos normal.

Familiar: saiba o que fazer, como se proteger de tão desagradáveis e perigosos acontecimentos, e ainda saiba como apurar qualquer suspeita.

Sumiu dinheiro na carteira do idoso

Confira este relato sobre o sr. José (nome fictício), morador de Florianópolis, a bela capital do estado de Santa Catarina.

Papai gostava de ter sua carteira sempre junto a si, sempre recheada de volumosas notas de alto valor, mesmo não precisando gastar com nada no seu dia-a-dia. Aquilo lhe trazia algum tipo de segurança e poder sobre a situação, mesmo que ele, com demência e sempre assistido por cuidadoras, não soubesse mais se orientar no tempo e espaço.

Sumiu dinheiro na carteira do idoso, e aí?

Situações como esta não são incomuns: por apego ao passado, por não entender que a presença do cuidador sinaliza a chegada de uma nova realidade, ou mesmo por ignorar os riscos, muitas famílias permitem a guarda e a exposição desnecessária de valores e objetos de valor junto a funcionários domésticos, inclusive cuidadores.

Sejam idosos que mantém altas somas em dinheiro dentro de casa; sejam famílias que insistem para que os idosos mantenham os hábitos que tinham quando eram autônomos e independentes, por exemplo, utilizar a prataria da casa cotidianamente mesmo que o almoço ou o jantar só se façam na presença do cuidador; sejam outros hábitos que se configuram em má gestão de sua própria segurança, é preciso atenção!

Sumiu dinheiro em casa

O sr. José, em várias ocasiões, reportou a falta de alguma nota em sua carteira. Algumas foram encontradas em bolsos de roupas lavadas, outras na lixeira do banheiro, outras dentro de panelas no armário da cozinha (lembre-se que se trata de uma pessoa com demência!), mas nem todas apareceram.

A verdade era que nem seu único filho, nem suas cuidadoras, nem sequer o próprio idoso com sua mente confusa, poderiam afirmar que algo, de fato, sumiu. O sr. José poderia simplesmente ter colocado algo em um lugar estranho, sem saber o que estava fazendo; ou não. Então, como acusar o cuidador ou qualquer outra pessoa pelo suposto crime?

A solução não é desconfiar do outro ser humano. Em lugar disso, pense no que você (familiar do idoso) poderia fazer para evitar que situações como essa ocorram.

Se sumiu dinheiro na carteira do idoso, as primeiras perguntas devem ser sempre: por que uma carteira com dinheiro estava ao alcance de todos, enquanto não estava sob a guarda de um responsável direto? Guardar tanto dinheiro daquela forma é estritamente necessário? O que pode ser feito para minimizar os riscos e descobrir eventuais problemas rapidamente?

Para responder a estas relevantes perguntas, vamos considerar as seguintes premissas:

  • “A oportunidade faz o ladrão”, como afortunadamente diz a ditado popular.
  • Para se confiar na premissa anterior, a seleção do profissional cuidador deve ser perfeita, ou seja, o profissional deve ter as referências de trabalhos anteriores checadas e não pode ter um histórico policial ou judiciário desabonador; sua reputação deve ser perfeitamente ilibada. Vamos falar mais disso à frente.

Assim, para ensinar a evitar problemas dentro de casa, como no dia em que sumiu dinheiro na carteira do idoso e o filho ficou de mãos atadas, apenas se perguntando sobre como algo do tipo foi acontecer, enquanto desconfiava de tudo e de todos ao redor – contaminando o ambiente de trabalho –, vamos nos centrar nas boas práticas de segurança familiar:

  • Como não dar oportunidades
  • Como rastrear qualquer ocorrência com maior facilidade.

Idoso roubado

Mas primeiro, você sabe a diferença entre roubo e furto? Segundo o site do TJDFT, o Tribunal de Justiça do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios, o crime de furto é descrito como subtração, ou seja, diminuição do patrimônio de outra pessoa, sem que haja violência. Por sua vez, o roubo é crime mais grave, descrito na lei como subtração mediante grave ameaça ou violência.

Roubo de idosos

Os dados oficiais mostram que o roubo de idosos dentro de sua residência, estatisticamente, é uma ocorrência menos comum.

Idoso furtado

Assim, a quase totalidade das ocorrências com idosos dependentes em suas residências são furtos, visto que a condição de vulnerabilidade do idoso torna, quase sempre, desnecessária qualquer ameaça, coação ou violência explícita.

Furto de idosos

Os criminosos são, muitas vezes, oportunistas de momento, que se veem em uma condição privilegiada face a incapacidade do idoso em reagir, ou de perceber que ele/ela foi feito vítima, aproveitando-se da confiança em si depositada pelos familiares que os contrataram.

O abuso de confiança, inclusive, será um agravante caso o criminoso seja pego e levado às autoridades competentes.

Cuidador de idosos e a polícia

Mas você não precisa hesitar em contratar um cuidador de idosos pelo medo de virar caso de polícia. Pelo contrário, a experiência da Acvida Cuidadores mostra que ocorrências como furtos e roubos tornam-se extremamente incomuns quando seguidas algumas boas e simples práticas.

Segundo nossos registros, nos últimos 10 anos, nenhuma ocorrência do tipo foi verificada em residências que observaram os preceitos que vamos apresentar.

Evitar furtos na residência do idoso, e consequentemente evitar que sua família tenha o desprazer de precisar dos serviços da polícia local, passa por uma série de providências, que resumimos em 4 passos.

1- O processo seletivo

A primeira providência para não ter que passar por uma situação tipo “Sumiu dinheiro na carteira do idoso” é realizar um bom processo seletivo. Ao procurar cuidadores de idosos, atente-se para:

Levantar os dados básicos

  • Nome completo e endereço;
  • Tire foto ou fique com uma cópia de um documento de identificação, bem como um comprovante de residência.

Referências

  • Tem referências de outros empregos? Dica: tire fotos ou cópias simples de eventuais cartas de referência e/ou da carteira de trabalho;
  • Tem como comprovar as experiências anteriores? Dica: peça os telefones e nomes dos antigos empregadores, peça que confirme mês/ano de início e término de cada vínculo, e confirme estas informações com o antigo empregador independentemente de qualquer anotação em carteira de trabalho;
  • Cheque o histórico da candidata ou candidato: levante os documentos Nada Consta na polícia estadual, na Polícia Federal, no tribunal de Justiça estadual e na Justiça Federal.

Do ponto de vista da segurança familiar, estes dois últimos pontos são essenciais.

Para mais detalhes, leia nosso artigo Conheça um roteiro de entrevista essencial para seleção de cuidadores e outros profissionais domésticos ou procure ajuda de nosso Departamento Pessoal.

Empresa

Dica: mesmo se contratar uma empresa para ajudar na seleção, participe do processo seletivo para se certificar de que todos os passos acima são seguidos corretamente. Afinal, é a sua segurança que está em jogo.

2- Instale câmeras de videomonitoramento

Não se trata de fazer Big Brother na casa dos pais e avós, mas de se atentar para um detalhe legal: se há cuidadores na residência, em algum grau, o idoso não pode responder por si. Então, o cuidador será o responsável pelo idoso.

Segundo a CBO (Classificação Brasileira de Ocupações) 5162-10, as responsabilidade do profissional ficam assim definidas:

Cuidador de idosos – Acompanhante de idosos, Cuidador de pessoas idosas e dependentes, Cuidador de idosos domiciliar, Cuidador de idosos institucional, Gero-sitter. Descrição sumária: Cuidam de idosos, a partir de objetivos estabelecidos por instituições especializadas ou responsáveis diretos, zelando pelo bem-estar, saúde, alimentação, higiene pessoal, educação, cultura, recreação e lazer da pessoa assistida”.

Destaque para o trecho em negrito: o cuidador trabalha sempre orientado por responsáveis diretos. Ou seja, quando o cuidador faz algo errado, o responsável (em geral o familiar que o contratou) também o faz. Então, se dinheiro sumiu, você, indiretamente, contribuiu.

Por este e outros motivos, ao contratar cuidadores particulares, ou através de empresas, tenha câmeras em sua residência. O investimento compensa demais os transtornos que ele evita, e permite levantar quaisquer dúvidas que surjam, inclusive com a gravação dos áudios e imagens, e a transmissão segura destes pela internet.

Quem não deve, não teme!

Pessoas honestas não vão se sentir diminuídas por haver câmeras no local de trabalho, pelo contrário.

Para saber mais detalhes, inclusive se vale instalar câmeras em quartos e banheiros da casa, e se isso é legal, recomendamos a leitura do artigo Monitoramento do cuidador de idosos por câmeras de vídeo: tudo o que sua família precisa saber.

3- Tenha um cofre para guarda de valores em casa

Se você tem cuidadores de idosos em sua residência, siga a máxima: não guarde valores e objetos de valor de maneira acessível. Reforçamos: a oportunidade faz o ladrão.

Como exemplo, o contrato de prestação de serviços da Acvida prevê que não nos responsabilizamos pela guarda de valores ou objetos de qualquer espécie, embora forneçamos, sem custo adicional, um cofre de segurança se a família precisar manter algo valioso no local.

Aqui na Acvida, o foco de nossos cuidados é o “conforto e segurança da família”, e a guarda de valores, indubitavelmente, iria nos desviar desse objetivo. Pense nisso.

4- Controle valores em espécie através de um Caixa Fixo

Pequenos valores para o pagamento de despesas cotidianas, como chaveiro, padaria, loteria, mercados de bairro, entre outras, pode ser controlados de maneira simples utilizando-se o recurso do Caixa Fixo. Com ele, os familiares transferem aos cuidadores a responsabilidade de controlar o dinheiro e as notas fiscais que comprovam as despesas, de uma forma prática e rastreável.

Se preferir, baixe o infográfico do Caixa Fixo em alta resolução neste PDF.

É importante, ao implementar o Caixa Fixo, que seja feita uma reunião com toda a equipe para esclarecimento, alinhamento, e para tirar todas as dúvidas que possam surgir, deixando claro que o ponto não é a desconfiança na equipe, mas o controle das despesas e a qualidade de vida da pessoa assistida, além do cumprimento das obrigações legais do curador (onde for o caso).

Conta

Mais detalhes no artigo Tem cuidadores de idosos em domicílio? Tem dificuldades para controlar pequenas despesas? Conheça os 7 passos do Caixa Fixo.

Segurança do idoso

Como ficou claro, se sumiu dinheiro na carteira do idoso, os familiares e responsáveis podem ter sua parcela de culpa. A segurança na terceira idade, quando o assunto são idosos dependentes, é responsabilidade de todos os envolvidos na atenção.

Segurança na terceira idade

Esclarecemos: o objetivo deste conteúdo não é criar rusgas ou burocracias entre patrões e empregados, familiares e cuidadores, tampouco criar um clima de desconfiança mútua, mas destacar as boas práticas que norteiam uma relação sem extremos, equilibrada e previsível, focada no bem-estar do idoso.

Segurança e o cuidador de idosos

Como sugestão final acerca da segurança e efetividade do trabalho do profissional, buscando evitar situações do tipo “Sumiu dinheiro na carteira do idoso”, apresentamos os 10 mandamentos do cuidador, as diretrizes fundamentais para um trabalho seguro e confiável.

10 mandamentos do cuidador de idosos

Confira também a playlist completa dos 10 mandamentos do cuidador de idosos em nosso canal no Youtube, com o primeiro vídeo a seguir.

Perguntas frequentes

Como todas as perguntas enviadas por nossos leitores sobre o tema “Sumiu dinheiro na carteira do idoso” tem o mesmo viés, vamos respondê-las de uma única vez.

O que fazer se sumiu dinheiro na carteira de um idoso?

Resposta em (I).

Como prevenir o desaparecimento de dinheiro na carteira de um idoso?

Resposta em (I).

Quais são as medidas para descobrir quem pegou dinheiro da carteira de um idoso?

Resposta em (I).

Como abordar a situação se o idoso acusa alguém de ter roubado dinheiro de sua carteira?

(I) Seguidas as orientações apresentadas neste artigo, em particular os 4 passos, a experiência da Acvida Cuidadores mostra que ocorrências como furtos e roubos tornam-se extremamente incomuns. Nos últimos 10 anos, nenhuma ocorrência do tipo foi verificada em residências que observaram os preceitos aqui demonstrados.

Lembre-se: a segurança de sua família também depende da sua postura face ao risco!

Referência legal para o artigo “Sumiu dinheiro na carteira do idoso”: furto e roubo (TJDFT).