Trombose em idosos é um problema grave: conheça os 7 sintomas mais comuns

A trombose em idosos é condição grave que, se não tratada, pode levar à morte. Saiba o que cuidadores e familiares devem saber.

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Neste artigo, convidamos a médica Rafaella de Melo, cirurgiã vascular e endovascular, membra da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV), a responder as dúvidas de nossos leitores. Confira.

Trombose em idosos

Acvida: Dra. Rafaella, pode apresentar a trombose em idosos para nossos leitores? 

Dra. Rafaella: Trombose venosa é uma situação caracterizada pela formação de coágulos sanguíneos nas veias profundas e superficiais, mais comumente das pernas, que podem dificultar ou bloquear a passagem de sangue, com a oclusão total ou parcial de uma veia. É o terceiro evento cardiovascular mais comum.

Problemas circulatórios em idosos

Acvida: Quais os fatores de risco mais comuns para trombose em idosos? 

Dra. Rafaella: Listo abaixo.

  • Idade: o risco é maior acima dos 40 anos, havendo aumento exponencial com o avançar dos anos, em especial em pacientes acima dos 70;
  • Trombofilias (doenças da coagulação);
  • Imobilização prolongada (de algum membro);
  • Trombose prévia: pessoas que já tiveram trombose tem 3x a 4x mais chance de desenvolverem uma nova trombose. E nos que já tiveram embolia pulmonar, a probabilidade de surgimento de novos eventos aumenta para 100%;
  • Obesidade (IMC > 30);
  • Cirurgias longas e complexas;
  • Infecções;
  • Câncer (4x a 7x mais chance de eventos trombóticos nestes pacientes);
  • Uso de quimioterápicos;
  • Insuficiência cardíaca;
  • Reposição hormonal em mulheres.

Acvida: Quais os sintomas de um quadro de trombose em idosos independentes? E em idosos dependentes, como cadeirantes e acamados?  

Dra. Rafaella: Depende da localização e extensão das veias acometidas. Os 7 sintomas mais comuns são:

  1. Dor local (pode aparecer em até 86% dos casos);
  2. Inchaço (86% dos casos), que pode não aparecer nos pacientes acamados e pioram quando a pessoa está sentada ou em pé;
  3. Aumento da consistência muscular (85% dos casos)
  4. Dor à palpação muscular (69% dos casos);
  5. Dor no trajeto da veia (63% dos casos);
  6. Dilatação de veias superficiais (48% dos casos);
  7. Cinose (coloração roxa/azulada) e palidez (17% dos casos, que são considerados mais graves).

Pergunta do leitor: Após um quadro de trombose em idosos, o que os cuidadores devem observar na atenção ao idoso?

Dra. Rafaella: Observar piora dos sintomas, o surgimento de tosse, falta de ar e dor nas costas. Todos esses podem ser sinais de alerta para embolia pulmonar, que é extremamente grave. É essencial o adequado controle da medicação prescrita pelo médico especialista.

Pergunta do leitor: Como diminuir os riscos de trombose em idosos?

Dra. Rafaella: Listo a seguir.

  • Uso de meias de compressão elástica;
  • Praticar atividades físicas regulares;
  • Evitar ingestão excessiva de bebidas alcóolicas;
  • Manter boa alimentação e hidratação;
  • Em pacientes internados: temos compressão mecânica e anticoagulante preventivo (quando indicado);
  • Acompanhamento com médico vascular – realizar check-up vascular regular.

Acvida: Como proceder em caso de suspeita de trombose em idosos?

Dra. Rafaella: No caso de suspeita de trombose, o paciente deve ser encaminhado imediatamente à consulta com médico angiologista e/ou cirurgião vascular, ou a uma unidade de Pronto Socorro hospitalar.

O que provoca inchaço nas pernas?

Esta é uma pergunte recorrente dentre familiares e cuidadores de idosos dependentes. As causas podem ser variadas: recomendamos a leitura do artigo inchaço nas pernas dos idosos com a outra parte da entrevista da Dra. Rafaella.

Especialista em trombose em idosos

Agradecemos à Dra. Rafaella pela gentileza de responder às dúvidas de nossos leitores. Seus contatos seguem abaixo.