Assadura em idosos: 3 dicas para evitar

Pessoas dependentes com incontinência fecal ou urinária ficam mais susceptíveis à ocorrência de dermatite próxima à virilha, ou assadura em idosos, que pode ser combatida e evitada com uma boa higienização, hidratação e proteção da região genital. Saiba mais no Blogdocuidado.

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Assadura em idosos: conhecer para evitar

Não é incomum que idosos que fazem uso continuo de fraldas apareçam com lesões na região genital e anal. Embora não existam estudos conclusivos sobre a prevalência da assadura em idosos (dermatite associada à incontinência – DAI), a Universidade Estadual de Maringá fez um estudo no qual aponta que a chance de um idoso institucionalizado (morando em uma casa de repouso) em uso de fralda apresentar dermatite é de 5,7% a 27%.

Assadura na virilha em idosos

O idoso tem pele mais frágil e sensível, portanto com maior risco para lesões, particularmente a DAI, processo inflamatório da pele que pode atingir nádegas, parte interna das coxas, genitais e a região mais baixa do abdomen.

Explica a enfermeira Maria Alice Lelis, consultora da SCA do Brasil.

A DAI, dermatite de fralda ou assadura em idosos, pode ser causada pelo maior contato da pele com fezes ou urina, portanto acomete mais os idosos com incontinência. Três dicas básicas para prevenir lesões, são:

  • Limpeza (troca das fraldas com a frequência adequada);
  • Hidratação;
  • Proteção.

Vamos explorar os cuidados para evitar a assadura em idosos a seguir.

O que é bom para assadura em idosos?

A primeira providência para prevenir as lesões de assadura em idosos é evitar o contato prolongado de urina e fezes com a pele do idoso. Dessa forma, usar fraldas com maior capacidade e velocidade de absorção ajuda bastante. Os produtos mais atuais possuem gel superabsorvente e sua capacidade de absorção está relacionada à quantidade e qualidade do gel utilizado em sua fabricação.

Outro ponto a ser observado é em relação à cobertura externa da fralda. Hoje já estão disponíveis no mercado produtos com cobertura suave na qual não é usado plástico, mas um tecido respirável na camada externa. Além de proporcionar mais conforto, o material permite maior transpiração da pele e a diminuição do calor local, contribuindo diretamente para diminuir o risco da assadura em idosos.

Feita a escolha do melhor produto a ser utilizado, recomenda-se que a troca de fralda seja feita de acordo com a necessidade individual, para urina e, no caso de fezes, imediatamente após cada eliminação. E, a cada troca, é essencial realizar uma boa higiene local, sempre lembrando que esta higiene deve ser realizada de forma suave, com movimentos “de frente para trás” a fim de não levar resíduos de fezes da região anal para o canal da urina (uretra), minimizando assim o risco de infecções urinárias.

Para essa tarefa, pode ser usado algodão embebido em água, mas a recomendação é que sejam utilizadas as toalhas umedecidas para adultos, pois além de limpar, ajudam a hidratar a pele. Água e sabonete para pele sensível também é uma boa opção. O uso de sabão em barra ou produtos antibacterianos é desaconselhado porque podem ressecar a pele e provocar rachaduras.

É importante citar que o uso de duas fraldas, uma sobre a outra, não é recomendado. Além de acarretar mais custos para a família, vai aumentar a temperatura local em função do abafamento, o que irá favorecer a proliferação de fungos e outros micro-organismos que podem piorar o quadro da DAI (dermatite).

Outro detalhe relevante sobre o uso de duas fraldas: com a região de absorção de ambas as fraldas sobrepostas, a segurança contra vazamentos não é maior do que quando se usa uma boa fralda adequadamente colocada. Na dúvida, procure um especialista.

Pomada para assadura em idosos

Como forma de proteção, recomenda-se o uso de pomadas ou “creme barreira”, que são hidrofóbicos (repelem líquido) e formam uma película na pele, não permitindo que resíduos fecais e urinários fiquem aderidos à pele e impedindo a agressão por esses agentes irritantes.

É importante que esses cremes não sejam tirados totalmente a cada troca de fralda, pois a tentativa de removê-los por fricção pode aumentar a lesão e a sensibilidade local. Fatores agravantes para a ocorrência de assadura em idosos incluem pessoas incontinentes em uso de antibióticos, de alimentação enteral (por meio de sonda ou ostomias) e que apresentam fezes mais líquidas.

Uma vez que o paciente esteja com assado, o risco é alto para desenvolver infecções como candidíase e outras causadas por bactérias. Daí a necessidade de reconhecimento precoce das lesões e um intensivo cuidado com a prevenção por parte dos cuidadores de idosos, sejam familiares ou profissionais.

Por se confundir com outras possíveis lesões da pele, o diagnóstico da DAI nem sempre é fácil de ser feito. O ideal é que o cuidador, ao perceber que a pele na região genital, anal ou das coxas está diferente, procure um profissional da saúde para que possa ser feito o diagnóstico correto e indicadas as ações de proteção e cuidado com a pele.

Assadura grave em idosos

O médico ou o enfermeiro especialista também poderão, eventualmente, indicar o uso de dispositivo fecal para isolar o contato das fezes com a pele, em especial em episódios de diarreia. Nos episódios de assadura grave em idosos, que podem envolver medicação antifúngica e corticoide, em especial nos casos em que há infecções secundárias, o tratamento deve ser prescrito por um médico.

(Com informações de TENA FRALDAS GERIÁTRICAS)

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