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Qual a diferença entre senescência e senilidade?

Senescência e senilidade

Conteúdo

Você conhece a diferença entre senescência e senilidade? O processo de envelhecimento humano é natural, e neste artigo repassaremos informações relevantes para que familiares e cuidadores conheçam melhor a realidade dos idosos, ajudando-os a envelhecer com mais dignidade.

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O que é senilidade?

Chamamos de senilidade algumas condições patológicas (doenças) que acometem os idosos, particularmente as funções cerebrais responsáveis pela memória, raciocínio, controle motor, de esfíncteres, e que com isso afetam as atividades de vida diária.

Existem doenças que são próprias de idosos ou que acometem os indivíduos mais velhos, mas não são inerentes ao envelhecimento, embora possam ser frequentes. Para saber mais sobre estas, confira nossa seção SAÚDE DO IDOSO.

O que é senescência?

O que chamamos de velhice natural, ou senescência, é o envelhecer sem doenças incapacitantes ou condições que não necessariamente afetam todos os idosos. São as alterações orgânico-fisiológicas que ocorrem quando envelhecemos.

Assim, fica claro que senescência e senilidade são processos distintos. Abaixo trataremos das características do processo de envelhecimento natural, ou senescência.

Efeitos da senescência no sistema osteomuscular

Com o envelhecimento, músculos e ossos perdem massa, dificultando suas capacidades efetivas. A atrofia muscular provoca a perda do tônus e da força. A massa muscular é progressivamente substituída pelo tecido gorduroso, fenômeno chamado de sarcopenia. Essa atrofia muscular é generalizada, ou seja, acomete todos os músculos do corpo.

Os ossos são responsáveis pelo armazenamento de cálcio e pelas funções motoras. Em média, o adulto consegue desenvolver massa óssea até por volta dos 35 anos e, após essa fase, o organismo reabsorve essa massa, levando os ossos a um progressivo processo de desenvolvimento de porosidade.

Essa condição é responsável pela osteoporose nos idosos. Numa fase mais avançada, a reabsorção óssea é tão intensa que modifica a fisionomia. A reabsorção óssea no maxilar e na mandíbula, por exemplo, faz com que o queixo e o nariz se aproximem.

Esse fato também é o responsável pela degradação e perda dos dentes. As articulações também ficam mais desgastadas e calcificadas (rígidas) com o envelhecimento.

Efeitos da senescência no sistema circulatório

Há degeneração do tecido muscular do coração. As paredes de vasos ficam mais rígidas e espessas. O funcionamento do sistema circulatório pode ficar prejudicado e apresentar insuficiência e alterações significativas na pressão arterial.

Efeitos da senescência no sistema nervoso

A senescência também ocasiona atrofia cerebral e redução dos neurônios. O cérebro perde entre 5% a 10% do seu peso. Essas alterações repercutem na capacidade de memória e raciocínio. O comprometimento do padrão do sono também pode prejudicar a memória e a atenção.

É importante destacar que, no idoso, a alteração de sono é multifatorial, podendo estar relacionada a doenças cardiovasculares, gastrointestinais, respiratórias, neurológicas, dor e uso de medicamentos. As sensibilidades dolorosas e táteis também ficam reduzidas.

Efeitos da senescência no sistema digestivo

Ocorre a redução da mobilidade e da capacidade de absorção do intestino. A mucosa oral atrofia e as papilas da língua diminuem. A redução da massa muscular da face e a perda de dentes contribuem para a dificuldade na mastigação. A disfagia, ou dificuldade para engolir, também é comum, o que pode obrigar ao uso de sondas alimentares, como aquela popularmente conhecida como sonda GTT.

O idoso desenvolve com mais frequência estomatite e candidíase oral, decorrente de prejuízos no sistema gastrintestinal e imunológico. O estômago demora mais para esvaziar e a secreção gástrica também é reduzida em decorrência da senescência. Isso pode fazer com que alguns medicamentos sejam inativados ou tenham seus efeitos reduzidos.

O peso do pâncreas e a secreção de suas substâncias também se alteram, assim como a liberação da insulina. No intestino, as vilosidades reduzem, alterando a absorção dos alimentos. O esfíncter anal perde a força e sua capacidade de reter as fezes, fato que explica a incontinência fecal em idosos com idade mais avançada.

Efeitos da senescência no sistema gênito-urinário

O peso dos rins diminui com o avançar da idade. A capacidade de filtragem também fica reduzida e, com isso, a excreção de medicamentos fica prejudicada e o risco de insuficiência renal aumenta. A capacidade de armazenar a urina na bexiga também fica reduzida e isso influencia a frequência de casos de incontinência urinária em idosos com consequente necessidade de uso de fraldas geriátricas.

A saúde sexual (sexualidade) dos idosos também passa por algumas modificações. O tempo para o homem conseguir ter uma ereção aumenta, e sua capacidade de mantê-la diminui. Na mulher, os tecidos da vagina e uretra atrofiam, comprometendo a sua capacidade de lubrificação. Além disso, ambos os sexos são afetados pela diminuição da libido.

Efeitos da senescência no sistema respiratório

Os pulmões dos idosos vão ficando com as paredes menos elásticas e o peso do órgão diminui. Brônquios e sacos alveolares ficam cada vez mais atrofiados e estreitos. Com isso, a capacidade ventilatória e o consumo de oxigênio aumenta para compensar essa dificuldade que o pulmão tem para funcionar.

Efeitos da senescência no sistema tegumentar

A pele fica cada vez mais ressecada, menos elástica e espessa. Há aumento do tempo para reepitelização, ou seja, a regeneração dos tecidos e a cicatrização dos ferimentos são mais demoradas. O tecido gorduroso, que está abaixo da pele, também fica reduzido, o que a torna mais flácida. As glândulas sudoríparas e sebáceas ficam menos numerosas, comprometendo ainda mais a capacidade de hidratação de pele.

Os pelos do corpo vão ficando cada vez mais escassos e rarefeitos em todos os locais, e as unhas ficam com um aspecto opaco e frágil.

Outras observações pertinentes aos processos de senescência e senilidade

  • A redução da sudorese através da pele dificulta a regulação da temperatura corporal;
  • Os reflexos para sede e fome diminuem;
  • O volume de água corporal e dentro das células diminui;
  • A estatura decai em média um centímetro após os 40 anos, pois os arcos dos pés reduzem e a coluna fica mais curva;
  • O diâmetro do tronco aumenta;
  • O pavilhão auditivo aumenta;
  • O tamanho do nariz aumenta.

O conhecimento sobre senescência e senilidade é fundamental para que os envolvidos no cuidado possam entender a realidade, e oferecer qualidade de vida para idosos independentes e dependentes. Por isso, reforçamos nosso convite para que nossos leitores acompanhem a seção SAÚDE DO IDOSO do Blogdocuidado, em que especialistas apresentam e discutem as condições de saúde mais comuns na terceira idade.


Gostou de saber mais sobre senescência e senilidade? Conheça também o trabalho da ABECI (Associação Brasileira dos Empregadores de Cuidadores de Idosos).

Camila Izabela de Oliveira
Camila Izabela de Oliveira
Formada em Enfermagem e Mestre em Saúde Coletiva pela Universidade de Brasília (UnB), tem diversos cursos de especialização em atenção primária e gerontologia. O foco de seu trabalho é na qualidade dos cuidados paliativos e na formação de profissionais cuidadores. Criou um dos primeiros cursos de formação de cuidadores do Brasil com mais de 100 horas/aula, sendo destas mais de 40 ofertadas em estágio supervisionado ou aulas práticas. Também é enfermeira titular da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES/DF), onde desenvolve atividades de acompanhamento e suporte à famílias com crianças especiais.

2 Comments

  1. Rosa B. T. Bodra disse:

    Nossa como aprendi tantas coisas úteis, cuido do meu marido com 87 anos, pelos comentário ele está na quarta fase do Alzheimer, acamado começando com todos os problemas desta tão árdua fase

  2. Darlene Geralda de Souza disse:

    Sou cuidadora, achei incrível essa matéria! Cuidado de uma senhora de 104 anos!

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