O endividamento na terceira idade, assim como o endividamento do cuidador de idosos, é um problema que tira o sono de muita gente. Saiba o que fazer para evitar o problema e conheça seus direitos caso fique superendividado.
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ToggleEndividamento na terceira idade: o que fazer?
Antes de mais nada, é preciso entender o que é o superendividamento. É a incapacidade do consumidor de pagar em dia as suas dívidas de longo prazo, adquiridas de boa-fé, sem comprometer o seu sustento e o de sua família.
O endividamento na terceira idade pode comprometer a capacidade do idoso de se manter dignamente. Da mesma forma, se o cuidador de idosos estiver superendividado, dificilmente irá conseguir prestar a atenção devida no trabalho, o que depõe contra a qualidade de vida dos idosos e pode sujeitá-los à riscos.
O problema do endividamento na terceira idade é cada vez mais comum e precisa ser evitado de forma consciente. Vamos acompanhar o que pode ser feito.
Como alguém se torna superendividado?
O problema do endividamento na terceira idade está diretamente ligado à questão do crédito, isto é, à compra de bens e serviços de forma parcelada – por meio de boletos ou cartões de crédito – ou com a contratação de financiamentos bancários.
Isso acontece, na primeira situação, pois quando parcelamos as compras durante muitos meses, tendemos a nos esquecer daquelas dívidas “antigas” que, ao se acumularem com outras mais recentes, vão comprometendo a nossa capacidade de pagamento ao ponto de não termos como honrá-las.
Já com relação aos financiamentos, o problema advém da contratação sucessiva e muitas vezes impulsiva, no afã de pagar outras dívidas ou adquirir novos bens, o que gera um comprometimento substancial da renda a ponto de prejudicar a própria subsistência do consumidor. No caso de idosos e pessoas dependentes, isso é ainda mais grave.
Como evitar dívidas e gastos desnecessários
- Verifique se você não está comprando apenas por impulso ou influência de terceiros.
- Lembre-se que nosso desejo de comprar é estimulado, sem que percebamos, pela publicidade, pela moda, pela influência de amigos ou mesmo das redes sociais.
- Não compre assim que tiver vontade, reflita por alguns dias, isso vai lhe permitir uma tomada de decisão mais segura.
- Tente sempre poupar e adquirir produtos e serviços à vista: além do usual desconto, você vai fugir de juros e taxas que muitas vezes fazem o preço final duplicar ou triplicar!
- Esse esforço em poupar vai lhe dar a oportunidade, inclusive, de refletir se vale realmente a pena gastar seu dinheiro (que é a materialização de seu tempo, esforço e trabalho) com isso.
- Nunca parcele a compra de produtos e serviços do dia a dia (como alimentos, gás, combustíveis etc). Os gastos ordinários se repetem mês e a mês, então você precisa limitá-los à sua capacidade de compra mensal, ou seja, à sua renda.
Idoso endividado
Caso o endividamento na terceira idade seja uma realidade, em especial se os gastos forem superiores à renda da pessoa, deve-se buscar cortar os produtos menos necessários ou substituí-los por marcas ou fornecedores mais baratos.
Parcelar esse tipo de dívida com frequência é um caminho certeiro para o superendividamento. Evite contrair novas dívidas antes de quitar as anteriores.
Como evitar fazer dividas
Lembre-se que existem diversas formas de oferta de crédito, como: empréstimos consignados (debitados diretamente no contracheque), empréstimos pessoais (pagos via boleto ou debitados diretamente na conta bancária), cartões de crédito, crediários (compras parceladas no boleto) etc.
Algumas pessoas tendem a não computar os gastos com cartão de crédito parcelados ou com crediário como dívidas, mas como mera despesa mensal, o que pode levar ao superendividamento.
Todas essas espécies de gastos comprometem seu orçamento, então todas devem ser vistas como novas dívidas e serem computadas no seu planejamento mensal de gastos.
Tenha especial cuidado com algumas espécies de dívidas – como as decorrentes de reforma de imóveis ou conserto de veículos –, pois muitas vezes elas extrapolam o orçamento inicial, o que pode levar a um endividamento na terceira idade superior ao que foi planejado. Não existe “crédito fácil”.
Empréstimos na terceira idade
É muito comum que familiares e amigos peçam – por motivos diversos – que façamos um empréstimo que eles se comprometem a pagar.
Só que é extremamente comum, também, que surja algum motivo – por vezes legítimo e por vezes não – que impeça essa pessoa de honrar com o compromisso, de modo que, ao final, ela acaba ficando com o bem e você com a dívida.
Casos como estes também são extremamente comuns junto aos cuidadores de idosos, que “emprestam seu nome” de boa fé agora, mas acabam ficando com a dor de cabeça depois.
Como ninguém vai cuidar de outra pessoa com a cabeça fora do lugar, este tipo de situação acaba gerado transtornos para o idoso e seus familiares, que no afã de ajudar, acabam se envolvendo com problemas pessoais de seus funcionários. Ou seja, contratam alguém para ter uma solução (o cuidado ao idoso), mas recebem também um problema (as questões financeiras particulares do empregado).
Não incomum, tais problemas geram insatisfações que fazem o cuidador perder o emprego, comprometendo ainda mais a situação financeira do trabalhador.
Organize sua vida financeira
Economistas e profissionais do mundo das finanças orientam que não se deve comprometer mais do que 30% da renda com financiamentos bancários e despesas de longo prazo, ou o endividamento na terceira idade pode se tornar um problema.
A legislação atual, contudo, permite a contratação de empréstimos consignados – que possuem os menores juros e são descontados diretamente no contracheque – a 40%. Esse limite vale até 31 de dezembro de 2021, sendo que partir de então o limite para este tipo de empréstimo volta a ser de 35%.
Ocorre que muitos bancos continuam a ofertar crédito, em outras modalidades de empréstimo, além desses limites. Não aceite a oferta de seu gerente sem antes: ler o contrato em detalhes, ou consultar alguém de sua confiança que possa orientá-lo.
Lembre-se: o gerente é um funcionário do banco orientado a defender os interesses do banco sempre com metas para tal, ou seja, ele vai oferecer as condições mais vantajosas para o banco, não para evitar o endividamento na terceira idade.
Fonte: Cartilha “Como evitar e se livrar do superendividamento” da Defensoria Pública do Distrito Federal – recomendamos a leitura do texto integral.