O artigo de hoje, A vida num piscar de olhos, é uma reflexão para todos os envolvidos no cuidado à terceira idade, em particular os filhos que estão na casa dos cinquenta e sessenta anos. Vale a pena a leitura.
Leia também:
Cuide-se antes do envelhecimento: dicas para quem está na fase do enta (40, 50, 60, 70…)
Qual a diferença entre senescência e senilidade?
Conheça a Associação Brasileira dos Empregadores de Cuidadores de Idosos
A vida passa em um piscar de olhos
Para os mais alertas, imediatamente pode vir uma pequena correção para o título: A vida está passando em um piscar de olhos, claro, porque ainda esperamos viver muitos anos mais, com saúde e lucidez. Ainda temos muitas conquistas, realizações, superações e momentos felizes para viver.
Mas é incontestável que estamos falando de uma verdade contundente. Penso que atravessamos tantas etapas diferentes e eletrizantes de nossas vidas que, enfim, ao chegarmos à maturidade, a imagem de tudo que vivemos passa em flashes rápidos como um filme em alta rotação.
A exceção da infância que é, realmente, a fase mais rica em descobertas sobre nós mesmos e sobre tudo que nos rodeia, no decorrer da vida, quase que invariavelmente, ficamos pensando e vivendo no futuro:
Quando adolescentes estamos ansiosos para chegarmos aos 18 e depois aos 21 anos, quando jovens ansiamos pela formatura, pelo casamento, pelos filhos, por uma vida profissional que nos gratifique e, ao atingirmos tudo isso, passamos a dar importância ao progresso e ascensão no trabalho, em especializações que enriqueçam a carreira, na construção de um patrimônio que nos traga estabilidade e segurança e assim vai até a hora em que decidimos, por um motivo ou por outro, nos aposentar.
Essa busca constante e ininterrupta, essa dificuldade em viver o presente, pode ser um dos fatores que nos dá a impressão de que tudo se passou em segundos.
É gratificante, e acima de tudo uma rica preparação para a maturidade, quando novamente podemos voltar à marcha lenta da infância, sem pressa, saboreando todos os momentos com a vivacidade, curiosidade e serenidade de uma criança.
E eis que enxergamos o imenso horizonte que se desdobra a nossa frente e as infinitas possibilidades de novas realizações, diferentes caminhos, convívios, aprendizados, tudo isso regado à agradável sensação de missões cumpridas, desejos satisfeitos, objetivos alcançados, não importando em que grandeza essas conquistas aconteceram.
Passamos por tudo e chegamos aqui, estamos vivos, saudáveis e isso é o que mais importa. Tempos, conhecimento, vivência e um mundo que nos espera para uma nova aventura, inclusive importantes missões como, por exemplo, a de se envolver com projetos relacionados às nossas riquezas naturais, como presente e legado aos nossos filhos e netos.
São tantas oportunidades que é fácil perder-se nelas.
Hoje em especial deixo uma sugestão: quem já pensou nos benefícios e prazeres de uma horta em casa?
Cuidar da terra, semear, ver crescer com viço o que plantamos, observar como a natureza é abundante, ter a satisfação de colher na hora o que queremos comer daqui a pouco; tudo isso não pode ser considerado um trabalho árduo, mas sim uma terapia das mais gratificantes.
Entretanto vejo nessa atividade um retorno ainda mais importante: além de poder contar com uma alimentação mais saudável estamos praticando a concentração, a atenção plena ao ato de limpar a terra, eliminar as ervas daninhas, verificar se há invasão de pragas, regar.
Certamente cuidar de uma horta não é uma atividade que agrada a todos, mas com certeza aquele que sentir inclinação para isso vai poder observar como o gosto pela terra e o que se pode obter dela é relaxante, edificante e enriquecedor, principalmente para o cérebro.
Viva a maturidade!!