A demência senil ocorre com maior frequência em idosos a partir dos 65 anos, e é uma das maiores causas de incapacidade de idosos no Brasil e no mundo. Saiba mais no Blogdocuidado.
O que é a demência senil
A demência senil é uma condição que se caracteriza pela perda das funções intelectuais da pessoa idosa de forma progressiva e irreversível, ou seja, perde-se a capacidade de realizar diversas atividades que exigem cognição e memória.
Quando os sintomas começam, não é possível reverter, somente melhorar a qualidade de vida da pessoa acometida.
Senil
A demência senil limita ou impede que os idosos estejam orientados em tempo e espaço, o que quer dizer que muitas vezes não sabem em que dia da semana, do mês, ou em que época do ano, estão.
Da mesma forma, muitos idosos não sabem identificar lugares (até os cotidianos), e sofrem alterações no raciocínio que podem deixá-los com dificuldades mesmo para utilizar objetos do dia a dia (como copos e talhares à mesa) e realizar atividades e movimentos que antes eram simples.
Assim, a condição pode prejudicar também atividades motoras e funcionais do organismo.
Quais os sintomas de demência senil?
Alguns dos principais sintomas que a demência senil pode apresentar incluem:
- Dificuldade na tomada de decisões;
- Dificuldade na comunicação de maneira escrita e verbal;
- Perda de memória;
- Alteração de personalidade;
- Confusão mental generalizada;
- Dificuldade para reconhecer sua própria imagem (não incomum, idosos dementes agridem espelhos);
- Desorientação no tempo e espaço;
- Inquietação e agitação;
- Movimentos e falas repetitivas;
- Falta de apetite e consequente perda de peso;
- Incontinência urinária e fecal;
- Dificuldade para realizar atividades simples como ir ao mercado, ir ao banheiro, se alimentar sozinho, tomar banho, se comunicar.
Sintomas
Estes são sintomas de quadros demenciais consequentes de diversas doenças, também associados de forma genérica ao Mal de Alzheimer. A Doença de Alzheimer (DA) virou, popularmente, sinônimo de demência senil.
“Não é incomum que um idoso com demência senil seja referido apenas (e erroneamente) como “Alzheimer” ou como “estando gagá”, em especial por cuidadores de idosos informais e não adequadamente treinados.
Adriano Machado, fundador da Acvida cuidadores
Senilidade
O preconceito, a falta de um diagnóstico adequado, e a falta de acompanhamento por uma equipe multidisciplinar de saúde que inclua cuidadores capacitados (treinados formalmente), tudo isso pode dificultar o estabelecimento de uma rotina, cujo controle pode ser efetuado através do Diário do Cuidador gratuito da Acvida.
Demência causada
Tudo isso pode causar comprometimento na qualidade de vida do idoso com demência senil, além de estressar os responsáveis pelos cuidados.
Como cuidar de um idoso com demência senil?
Para realizar o cuidado adequado do idoso com demência senil, é importante primeiro procurar um geriatra. O profissional vai avaliar corretamente a doença do paciente e monitorá-la, para que o acometido tenha uma melhor qualidade de vida dentro do que sua condição permite, inclusive com a prescrição de medicamentos para aliviar os sintomas e a progressão da doença (se for o caso).
É essencial que se tenha um familiar ou cuidadores de idosos capacitados para prestar cuidados paliativos, auxiliando a realizar as atividades de vida diária (do dia a dia) em um ambiente em que o idoso se sinta seguro e confortável para viver.
Ficar em casa, auxiliado por um cuidador profissional, é a opção de escolha da maioria das famílias que tem condições financeiras de fazê-lo. Culturalmente, o brasileiro prefere ficar em casa.
Também se recomenda que o paciente com demência senil realize fisioterapia e terapia ocupacional, com o objetivo de manter ao máximo sua autonomia, preservando as capacidades intelectuais e motoras dentro do possível.
O saber e o cuidar do idoso com demência
A demência em idosos traz muitas dificuldades mesmo em tarefas simples do dia a dia, como trocar de roupa, alimentar-se, tomar banho. Cada atividade pode ser tornar uma experiência assustadora.
Você sabia que muitos idosos tem pavor de entrar no banheiro porque se assustam com sua própria imagem no espelho?
Muitos profissionais que lidam com idosos recomendam, nestes casos, cobrir os espelhos da casa quando as crises surgirem.
A família e o cuidado
A seguir, trazemos algumas dicas relevantes para que familiares e cuidadores convivam e cuidem melhor de seus idosos.
Doença
- Discutir com o idoso demente é discutir com a doença, não com o paciente;
- Tornar os momentos cotidianos menos traumáticos também é responsabilidade de quem cuida do idoso: leve uma vida mais leve!
- É bom fazer com que a pessoa assistida esteja mais tranquila, e, para isso, estabelecer uma rotina é essencial.
Comunicação com a família
A pessoa diagnosticada com alguma demência terá, em algum momento, dificuldades na comunicação. Lembrar-se de coisas de infância, esquecer-se de eventos recentes, lembrar-se de pessoas que já morreram como se estivessem vivas, repetir-se a todo momento, esquecer-se daqueles que moram com ele/ela: todas essas são situações corriqueiras.
Não é fácil cuidar sozinho do idoso com demência sem o devido distanciamento emocional.
A família pode usar de algumas formas simples para obter uma comunicação mais agradável, ou pelo menos melhorar a interação com a pessoa assistida. Algumas dicas:
- Escolher palavras simples e sentenças curtas;
- Usar um tom de voz calmo e gentil;
- Interessar-se verdadeiramente ao ouvir;
- Não falar do idoso em terceira pessoa (falar dele na frente dele).
Também evite gritar ou enfrentar o idoso com demência, lembrando que ele/ela não está fazendo para provocar. Alterações da personalidade e comportamento, bem como agitação e agressividade, fazem parte da evolução da maioria das demências. Por isso, não trate o idoso demente como um bebê ou um ser incapaz, mas como uma pessoa que precisa de ajuda.
Minimizar distrações, por exemplo, como desligar a televisão ou rádio na hora das refeições, ajuda o idoso com demência a focar sua atenção no que está fazendo.
Atenção ao idoso com demência
Manter contato visual e chamar a pessoa pelo nome também ajuda, tendo certeza de que se tem a atenção dele ou dela.
O cuidador também deve despender tempo suficiente para uma resposta (não atropelar o idoso na conversa), tomando o cuidado de não interrompê-lo(a) e acelerá-lo.
Caso o idoso com demência esteja lutando para encontrar uma palavra ou pensamento, gentilmente tente fornecer a palavra que está procurando.
Papel da família no cuidado ao idoso
O papel da família se resume em ser provedora de amor e recursos para que a idoso tenha garantidas suas atividades de vida diárias sempre com a maior autonomia possível.
É sempre bom definir papéis para cada familiar e/ou cuidador, por exemplo:
- Quem irá levar ao médico?
- Quem será o responsável pela compra dos remédios?
- Quem irá acompanhar o paciente nas caminhadas ou ao mercado?
- Quem irá acompanhar o paciente nos eventos de lazer?
- Quais os dias que cada pessoa cumprirá estas atividades?
Da mesma forma, ter uma escala previsível para os cuidados torna a rotina mais leve.
Qual a diferença entre senescente e senil?
Senescência é o processo natural de envelhecimento do organismo, que não está relacionado a doenças. Já a senilidade é o fenômeno do envelhecimento patológico do organismo, o que quer dizer que decorre do desenvolvimento de doenças.
O que causa a senilidade?
A senilidade, por ser o processo de envelhecimento do indivíduo decorrente do aparecimento de patologias, está relacionado a algumas doenças ou maus hábitos de vida, como pressão alta, diabetes, fumo excessivo, alcoolismo, estresse, alimentação inadequada, e falta de atividade física.
Tais condições podem levar a um envelhecimento não saudável do organismo, e consequentemente ao aparecimento de doenças adquiridas, inclusive quadros de demência senil.
Se precisar de um cuidador de idosos para uma pessoa querida acometida por demência senil, a Acvida pode ajudar.
Perguntas frequentes
Abaixo trazemos dúvidas de nossos leitores respondidas pelos especialistas da Acvida.
O que provoca a demência senil?
A demência senil é uma condição que afeta principalmente pessoas idosas e é caracterizada pela perda progressiva de habilidades cognitivas, como memória, raciocínio, linguagem e habilidades motoras. Existem várias causas possíveis para a demência senil, incluindo algumas doenças neurodegenerativas, AVC, deficiências nutricionais, traumatismos cranianos, dentre outros fatores de risco.
Nunca é demais ressaltar que o envelhecimento saudável anda lado a lado com a manutenção de hábitos de vida saudáveis durante toda a vida, como:
- Manter uma alimentação equilibrada e balanceada rica em bons nutrientes;
- Sempre beber bastante água;
- Realizar atividades físicas regularmente;
- Evitar fumar e ingerir bebidas alcóolicas em excesso;
- Evitar alimentos industrializados;
- Cuidar também da saúde mental, respeitando seu tempo pessoal para atividades de recreação e lazer: pelo menos uma hora por dia, um dia por semana, um final de semana por mês, uma semana por semestre.
É importante notar que a demência senil não é uma parte normal do envelhecimento, e que os sintomas não devem ser ignorados.
Quanto tempo vive uma pessoa com demência senil?
Não há uma resposta definitiva para essa pergunta, pois a expectativa de vida de uma pessoa com demência senil pode variar amplamente, dependendo de vários fatores, como idade, gravidade da condição, saúde geral e os cuidados recebidos.
A atenção de cuidadores e familiares pode ser significativa na qualidade e na expectativa de vida do doente.
Qual o primeiro sinal de demência?
O primeiro sinal de demência pode variar de pessoa para pessoa, e pode depender do tipo de demência.
No entanto, alguns dos sintomas mais comuns incluem: problemas de memória; dificuldades de comunicação verbal; desorientação no tempo e espaço (que dia é hoje?); dificuldades com tarefas cotidianas como cozinhar, se vestir ou se banhar; problemas de julgamento e tomada de decisão, como gastar dinheiro em excesso ou se vestir de forma inadequada para a ocasião; mudanças de humor ou comportamento estranho ao usual.
O que é bom para quem tem demência senil?
Manter uma boa alimentação, uma boa rotina, tomar a medicação prescrita nos horários corretos, ter o apoio de uma equipe competente de saúde (fisio, fono, médicos e cuidadores capacitados); tudo isso vai ajudar.
O que a pessoa com demência faz? Como age um idoso com demência?
Uma pessoa com demência pode apresentar uma variedade de sintomas e comportamentos, dependendo do estágio e do tipo de demência que ela apresenta.
Como citamos, alguns dos sintomas mais comuns incluem: problemas de memória; dificuldades de comunicação verbal; desorientação no tempo e espaço (que dia é hoje?); dificuldades com tarefas cotidianas como cozinhar, se vestir ou se banhar; problemas de julgamento e tomada de decisão, como gastar dinheiro em excesso ou se vestir de forma inadequada para a ocasião; mudanças de humor ou comportamento estranho ao usual.
Qual é a fase final da demência?
Em geral, a fase final da demência é caracterizada por uma progressiva perda de função cognitiva e física, bem como por mudanças comportamentais e emocionais significativas. O corpo vai, literalmente, se desligando, e mesmo funções básicas como respirar e engolir podem se tornar difíceis.
Quais são os 6 estágios da demência?
Confira o artigo Demência em idosos: o que familiares e cuidadores devem saber sobre o problema para mais detalhes.
É possível reverter demência?
Atualmente, não existe cura para a demência e, infelizmente, não é possível reverter o dano cerebral que já foi causado. No entanto, em alguns casos, é possível tratar e controlar os sintomas da demência, melhorando a qualidade de vida da pessoa afetada e retardando a progressão da doença.
O que fazer para não ter demência senil?
Não há garantias de que é possível prevenir completamente a demência senil, mas há evidências que sugerem que alguns hábitos saudáveis podem reduzir o risco de desenvolver a doença. Algumas dicas para reduzir o risco de demência senil incluem:
- Praticar atividades físicas;
- Manter uma alimentação saudável;
- Estimular o cérebro: leitura, jogos, interações sociais;
- Controlar o estresse;
- Controlar doenças crônicas: como hipertensão, diabetes e obesidade;
- Evitar hábitos prejudiciais: como fumar, beber em excesso e o uso de drogas ilícitas.
Qual idade começa a demência?
A demência senil é mais comum em pessoas com mais de 65 anos. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 5-8% das pessoas com 60 anos de idade têm o problema, e essa prevalência dobra a cada década após os 60-70-80 anos.
