Com o processo de envelhecimento, não é incomum que um quadro de pele descamando irrite o idoso, e traga aflição àqueles que cuidam dele: familiares e cuidadores. Mas, afinal, o que ocasiona o problema? Como pode ser tratado?
Pele descamando no idoso
O ressecamento da pele do corpo ocorre devido à uma menor produção de sebo e óleo pelas glândulas, com o passar dos anos, e pela menor capacidade de retenção de água em um organismo mais velho.
Pele descamando
Essa condição gera descamação da pele, em especial em braços e pernas abaixo dos joelhos e pés. Além do incômodo pelo aspecto áspero e envelhecido, esse ressecamento pode evoluir para um prurido persistente e até gerar alergias (dermatites) que podem ter sua origem pelo contato com substâncias irritantes como sabonete, cremes hidratantes ou tecidos de roupas.
Em se tratando de idosos com diabetes, hipertensão arterial, problemas circulatórios, ou que são fumantes e obesos, é comum a evolução do quadro de pele descamando para o surgimento de feridas, as chamadas úlceras.
Já as escaras, denominadas clinicamente como úlceras por pressão, ocorrem pela pressão mantida sobre a pele por um período prolongado decorrente da falta de mobilidade. Essa pressão continuada inibe a irrigação sanguínea, e o tecido cutâneo pode, literalmente, morrer.
Se o idoso precisa permanecer acamado, é grande a possibilidade de surgirem as úlceras por pressão se as mudanças de decúbito não forem realizadas adequadamente, via de regra, a cada 2 horas.
Principais causas de pele descamando em idosos
De acordo com a Dra. Fabiane N. Bergonse, dermatologista e fundadora da DermatoVirtual, as principais causas da pele descamando em idosos são:
Ressecamento: a diminuição da produção de sebo que ocorre com a idade, associada a falta de hidratação adequada, torna a pele mais frágil, e assim ela tende a descamar. Por isso, é necessário ter atenção especial no inverno, período em que a derme fica ainda mais seca.
Uso inadequado de produtos: utilizar sabonetes abrasivos pode esfoliar a pele e causar, ou piorar, a descamação.
Queimaduras: exposição excessiva ao sol, ou banhos muito quentes, sensibilizam a pele, e pode aumentar a descamação.
Doenças crônicas: algumas doenças como psoríase, dermatite de contato, dermatite atópica, ceratose pilar, lúpus, e hipotireoidismo, podem deixar a pele descamando com maior frequência.
Prevenção e tratamento para pele descamando
Em razão da menor hidratação e, consequentemente, de estar mais desprotegida e suscetível a infecções, alguns cuidados básicos são importantes no cuidado diário da pele descamando na pessoa idosa:
- Hidrate a Pele: é indispensável manter a hidratação com produtos adequados. Mas é importante chamar a atenção para o uso de produtos hipoalérgicos que não a agridam.
- Evitar temperaturas extremas: com a pele descamando, deve-se evitar banhos com água muito quente e exposição ao sol mais intenso. A dermatologista alerta também que o frio extremo pode ser prejudicial e causar ressecamento e a descamação da pele.
- Não fazer uso de alguns produtos: como a pele está fragilizada, não é recomendado o uso de sabonetes abrasivos, sabão de coco (como o utilizado na lavagem de louças ou roupas), nem de buchas de qualquer tipo.
- Mantenha a hidratação: além de manter a pele hidratada, é importante que todo organismo também esteja hidratado de forma sistêmica. Para isso, a recomendação é beber 2 litros de água diariamente. Atenção cuidadores: urina amarelada ou escura, ou mesmo com cheiro forte, é sinal de que a ingesta hídrica está baixa. Sucos naturais podem ser uma opção no caso de idosos resistentes ao consumo de água pura.
- Atenção especial no tratamento dos pés e das mãos: se a pele das mãos ou dos pés estiver descamando, a dica, de acordo com a especialista, é reforçar a hidratação dessas regiões para aumentar a absorção local (tópica) do creme.
Outra recomendação importante é quanto ao banho, que deve ser rápido, de 5 a 10 minutos, com água morna, e usando um sabonete neutro. Depois da higienização, deve-se aplicar na pele um creme hidratante que seja à base de ureia, ou outro emoliente apropriado para evitar a piora dos sintomas de uma pele descamando.
O uso diário de protetor solar com FPS (fator de proteção solar) acima de 30 também é fundamental, pois previne o aparecimento de manchas solares (melanose solar), além de outras lesões como queratoses actínicas, melasmas, e o temeroso câncer de pele.
E, claro, é importante evitar objetos espalhados pela casa que podem causar hematomas e traumas na pele do idoso, problemas estes que demoram mais para cicatrizar, e podem se tornar portas de entrada para infecções.
Dica Acvida: confira nosso artigo sobre como evitar acidentes domésticos com idosos.
“Uma pele descamando pode ser a origem de muitos dos problemas que acometem os idosos. Por isso, medidas simples como uma boa hidratação, e a utilização de produtos de higiene adequados ao tipo de pele, podem ajudar a resolver o problema.”
Dra. Fabiane Bergonse
Se os sintomas persistirem por mais de uma semana, ou se a descamação se tornar muito incômoda, um médico dermatologista precisa ser consultado para identificar corretamente a causa e indicar o tratamento mais adequado.
Perguntas frequentes
Abaixo nossos especialistas respondem as perguntas encaminhadas por nossos leitores.
Por que a pele dos idosos descama?
As causas para a descamação da pele em idosos podem ser diversas, incluindo condições de pele relacionadas à idade, desidratação, efeitos colaterais de medicamentos, entre outros.
Quais são os melhores cremes hidratantes para pele descamando em idosos?
Para melhores informações é necessário informações de um médico dermatologista.
Como prevenir a descamação da pele em idosos?
Algumas dicas são: hidratar a pele, evitar temperaturas extremas, não fazer uso de alguns produtos que podem ser agressivos a pele.
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