Cuidador de acamado, cuidador de cadeirante, cuidador de idosos e enfermos: o que faz e o que não faz cada profissional?

Precisando de um cuidador de acamado, cuidador de cadeirante, ou ainda um profissional para acompanhar idosos ou enfermos?

Este conteúdo é essencial para você: não contrate antes de ler e de assistir o vídeo abaixo.

Cuidador de pessoas

A decisão de contratar um cuidador profissional não é fácil e envolve muitos fatores internos e externos, pessoais e familiares. Um ponto, porém, é comum a todos estes:

Você não vai cuidar de ninguém sem, antes, cuidar de si próprio.

O que faz um cuidador de pessoas?

Esta é uma pergunta que parece óbvia à primeira vista, mas cuja resposta não é tão trivial quanto se apresenta. A profissão do cuidador não é regulamentada, o que traz muita interpretação do que é, ou não é, função de quem acompanha a terceira idade, acamados, cadeirantes e enfermos.

 

Nossa resposta:

“O profissional deve fazer pela pessoa assistida tudo o que a própria pessoa faria, no que tange ao autocuidado, não fossem as limitações impostas por sua condição de saúde.”

Em termos técnicos: o cuidador de pessoas oferece o que os profissionais de saúde chamam de cuidados paliativos.

Proteger. Esse é o significado de paliar, derivado do latim pallium, termo que nomeia o manto que os cavaleiros usavam para se proteger das tempestades pelos caminhos que percorriam. Proteger alguém é uma forma de cuidado, tendo como objetivo amenizar a dor e o sofrimento, sejam eles de origem física, psicológica, social ou espiritual.

Por esse motivo, quando ouvir que você ou alguém que conhece é elegível a cuidados paliativos, não há o que temer.

Quem é o cuidador de pessoas

O sucesso do cuidado e da tranquilidade da família que o contrata passar por escolher o perfil adequado de profissional. Uma escolha errada pode frustrar expectativas e gerar atritos desnecessários.

Primeiro, defina porque precisa de um cuidador. Pode não parecer, mas muita gente primeiro contrata e só depois se pergunta quais funções irá delegar ao cuidador de pessoas.

Perfis de cuidadores de pessoas

Pensar no perfil desejado do cuidador ajuda a definir as atividades que serão executadas, em especial para um profissional com tão amplo espectro de atuação.

Acompanhante e empregados domésticos

Há cuidadores domiciliares com perfil acompanhante (antigamente chamados de “dama de companhia”) e cuidadores com perfil doméstico (geralmente empregadas domésticas com um treinamentos específicos) que, em termos gerais, atendem assistidos com pouca ou nenhuma complexidade.

Enfermeiro para cuidar de pessoas debilitadas

Um cuidador de pessoas com formação em enfermagem (nível técnico ou superior) pode ser necessário caso a pessoa assistida seja mais debilitada, ou com demandas de saúde mais específicas, como para cuidar de feridas extensas ou aplicar medicamentos injetáveis, seja em acamados, cadeirantes, ou pessoas com enfermidades limitantes.

No meio do caminho: o cuidador de pessoas

A maioria dos profissionais cuidadores, porém, fará um pouco de tudo, exceto o que for vedado por lei, como medicamentos injetáveis, que só podem ser aplicados por profissionais de enfermagem.

O cuidador de pessoas que se posicione entre o doméstico e a enfermagem tende a ser mais versátil para as demandas diárias da maioria das famílias.

De quem o cuidador de pessoas cuida

Definidos os diversos perfis de profissionais, vamos pensar em quem eles podem cuidar, o que podem fazer, e o que não podem fazer.


Cuidador de acamado

Um cuidador de pessoas acamadas é, como o próprio nome diz, alguém que vai cuidar de pacientes restritos ao leito. Seja um paciente que está acamado temporariamente, seja alguém em recuperação cirúrgica, seja um paciente que está definitivamente restrito ao leito.

Por exemplo, para um idoso em quadro de demência avançada, o cuidador de acamado será responsável por atividades como a oferta da alimentação, o banho no leito (ou banho no chuveiro em cadeiras de banho, quando for o caso), as mudanças de decúbito (tão importantes para prevenir as úlceras de pressão ou escaras), a oferta da medicação oral.

Qualquer outra atividade que esteja definida no plano de cuidados da equipe multidisciplinar de saúde do acamado (prescritas por médicos, enfermeiros, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, ou nutricionistas) também será responsabilidade do profissional, respeitadas a experiência e a capacidade do cuidador.

Leito

O paciente restrito ao leito necessita de atenção especial para a manutenção de sua qualidade de vida. A imobilidade traz desafios específicos a equipe de cuidadores, que terá uma série de atividades relacionadas a manutenção das amplitudes articulares, massagens circulatórias, dentre outras.

É importante citar que só porque um cuidador declara que tem experiência com pacientes acamados, isso não quer dizer que terá sucesso com o cuidado de qualquer acamado. A maioria dos cuidadores, quando se refere à sua experiência com pacientes acamados, descreve o caso de pacientes com alto grau demencial, e que pouco ou nada interagem com o mundo exterior.

Assim, ao pensar no processo seletivo de um cuidador para acamado, além das habilidades técnicas, deve-se pensar em que tipo de interação pessoal o paciente terá com seu cuidador.

Um cuidador que pouco converse, no caso de um paciente que não conversa, não será um problema. Mas, no caso de um paciente lúcido, alguém que pouco interaja dificilmente vai contribuir para as atividades sociais, dificilmente irá agradar o assistido ou sua família.

Cuidador de cadeirante

Da mesma forma como para os pacientes acamados, existem diversos tipos de cadeirantes. Há pessoas que utilizam cadeiras de rodas exclusivamente para locomoção em distancias maiores, como no caso deu uma ida há um local externo, por exemplo, uma consulta médica.

Há outros, contudo, cujo uso de cadeiras de deslocamento se faz para minimizar o risco de quedas, especialmente idosos.

Cadeira de rodas

A cadeira de rodas não deve servir como instrumento para facilitar o trabalho do cuidador, mas para oferecer mais conforto e segurança para o paciente que, de outra maneira, teria um risco muito alto por deambular, ou dificilmente se movimentaria por seus próprios meios.

Cadeira de banho

A cadeira de banho pode ser útil mesmo para pacientes que conseguem caminhar (deambular) de forma espontânea, pois é capaz de minimizar os riscos durante o banho, enquanto permite que os pacientes se higienizem deu uma maneira mais confortável e completa no chuveiro.

Cadeirantes

O cuidador de cadeirante deve sempre ter em mente que tais órteses (cadeiras) são instrumentos de auxílio ao paciente, e são úteis enquanto não são utilizadas apenas para reduzir o esforço do cuidador. 

Saúde

Uma das funções primordiais de um cuidador de cadeirantes é entender que, como profissional de saúde, deve-se trabalhar em prol da independência da pessoa que é assistida. O que irá incluir, muitas vezes, esforços para que o paciente não se utilize de cadeiras de rodas e banho quando não forem estritamente necessárias.

Em outras palavras, o cuidador deve estimular a pessoa assistida para que esta tenha a maior independência possível dentro do que sua condição de saúde permite. Sempre que o paciente conseguir deambular, o cuidador deve dispensar as cadeiras e estimular a caminhada.

Cuidador de enfermos

Quando o cuidador está acompanhando alguém limitado por uma enfermidade, o primeiro passo é entender o que é a enfermidade, as limitações que esta traz, e o que se espera do cuidado.

Deve-se focar na recuperação da saúde. Mais do que nos outros casos, o trabalho do profissional deve ser no sentido de estimular a independência do paciente, sendo este (o cuidador) o braço que a família e/ou o paciente não possui durante seu período de convalescência. 

Cuidador de idosos e enfermos

No caso de idosos, via de regra, a atenção do cuidador costuma se limitar aos cuidados paliativos, que, como citamos, devem ter como objetivo oferecer a melhor qualidade de vida que a condição de saúde do paciente lhe permite.

Cuidado ao familiar

Do ponto de vista do familiar de um paciente acamado, cadeirante, idoso, ou alguém com qualquer tipo de enfermidade limitante, o foco principal do cuidado deve ser o de garantir que seu ente querido tenha tudo o que necessita para sua recuperação plena. Ou ainda, quando esta não for possível, que seu ente querido tenha a melhor qualidade de vida possível. 

Tudo isso deve ocorrer sem sobrecarregar aqueles que estão próximos. Não incomum, os familiares de pessoas que necessitam de cuidados paliativos adoecem quando tentam oferecer tal cuidado sozinhos ou sem suporte profissional adequado.

Enfermos

Este é o principal valor do serviço oferecido por cuidadores de acamados, cuidadores de cadeirantes, cuidadores de idosos e enfermos: trazer qualidade de vida ao paciente sem sobrecarregar seus familiares. Em outras palavras: o cuidador deve trazer paz de espírito a quem o contrata, sob a forma de cuidados paliativos aos seus assistidos que precisam.

O cuidador deve permitir que o familiar garanta a qualidade de seu ente querido, sem sobrecarregar a si mesmo.

O cuidador será o braço que falta para a família poder desfrutar, sem estresse, da presença de uma pessoa querida, mas debilitada.

Perguntas frequentes

Confira as dúvidas enviadas por nossos leitores e respondidas pelos especialistas da Acvida.

Qual o papel do cuidador a pacientes acamados?

Em resumo: garantir o bem-estar e a segurança do paciente através da oferta de cuidados paliativos.

O que pessoas acamadas precisam?

Pessoas acamadas precisam de cuidados especiais, uma vez que estão confinadas a um leito por longos períodos.

Algumas das necessidades mais comuns de pessoas acamadas incluem: cuidados com a higiene pessoal, alimentação adequada, mudanças frequentes de posição para prevenir úlceras de pressão, tratamento e cuidados de enfermagem para doenças crônicas e agudas, administração de medicamentos prescritos pelo médico.

Como evitar maus tratos a acamado, cadeirantes, idosos e enfermos?

No vídeo Como evitar maus tratos a idosos trazemos 3 dicas fundamentais que todo familiar deve seguir, confira.

Qual o maior desafio de um cuidador?

Destacamos alguns desafios comuns que muitos cuidadores enfrentam, incluindo:

  1. Sobrecarga emocional e física;
  2. Falta de recursos para o desenvolvimento de suas atividades profissionais, como um guincho para acamados, ou acesso à fisioterapia para cuidar de seu próprio corpo;
  3. Problemas de comunicação com o paciente e seus familiares;
  4. Preocupações financeiras devido à baixa remuneração;
  5. Desafios de logística relacionados ao transporte diário até a casa do paciente.

Qual o tipo de medicação que o cuidador pode administrar?

A administração de medicamentos por cuidadores deve ser feita sempre seguindo as orientações médicas, ofertando exclusivamente medicamentos por via oral.

Quais são as funções do cuidador de pessoas com deficiência?

As funções do cuidador de pessoas com deficiência podem variar dependendo do tipo e grau de deficiência da pessoa. Em termos resumidos:

o cuidador deve fazer pela pessoa assistida tudo o que ela própria faria por si, no que tange ao autocuidado, não fossem as limitações inerentes à sua condição de saúde.

Quanto custa para cuidar de um deficiente?

O custo de cuidar de um deficiente pode variar bastante. Para um orçamento detalhado, o link Preciso de um cuidador pode ajudar.

Como se chama a pessoa que cuida de deficientes?

Cuidador de pessoas, ou cuidadora de pessoas deficientes. O termo cuidador é mais abrangente e pode ser aplicado a pessoas que cuidam de idosos, doentes crônicos, pessoas com deficiência ou outros que precisam de cuidados especiais.