Síndrome do pôr do sol: o que é? Como evitar transtornos e episódios de agressividade no idoso?

Síndrome do entardecer, também conhecida como síndrome do pôr do sol, é condição comum (e difícil) para pessoas com a doença de Alzheimer e seus cuidadores. Agitação, irritação e agressividade são alguns dos sintomas que dificultam a vida do cuidador nesses momentos. Leia esta publicação para entender o que pode ser feito.

Síndrome do pôr do sol

Quem convive com um amigo, cônjuge ou familiar que tem Mal de Alzheimer certamente já percebeu que o seu comportamento tende a mudar ao longo do dia, particularmente ao final da tarde. Essa é a chamada síndrome do pôr do sol, com sintomas peculiares e que se repetem dia após dia.

Idosos

Essa condição deixa o idoso muito confuso, ansioso e irritado, inclusive com dificuldade de se localizar no tempo e espaço. Não são raros os casos em que, mesmo estando em casa, ele pede para ir embora. Essa angústia toda deixa as pessoas no entorno sem saber o que fazer.

Para contribuir com a compreensão da síndrome do pôr do sol e de como agir quando ela se manifesta, preparamos essa publicação sobre o assunto. Continue acompanhando e fique por dentro!

O que é a síndrome do pôr do sol em idosos?

Para explicar, vamos exemplificar uma situação vivida pela família Castro em Belo Horizonte-MG (todos os nomes citados são fictícios).

Ao final daquela tarde, mamãe estava particularmente agitada. Ela pedia para voltar para casa, mesmo já estando em sua casa, que ficava nos fundos da minha. A cuidadora Monique já tinha tentado de tudo, até que teve um estalo: “Vamos para casa, dona Brunela. Vamos pegar o trem, então”, disse ela para minha mãe. Arrumaram as malas, caminharam lentamente até o portão, e lá ficaram esperando sua condução que, obviamente, nunca chegou. Durante a espera, mamãe se acalmou, entendeu que o trem “tinha se atrasado”, e por isso, praguejando contra o maquinista, aceitou voltar para dentro, onde finalmente tudo se resolveu.

Relato de Lúcia, filha da idosa

Causas e fatores agravantes da síndrome do pôr do sol

Suas causas estão relacionadas as alterações cerebrais do nosso relógio biológico. O paciente pode ficar confuso com o ciclo de sono e vigília, algo comum em especial na fase intermediária do Alzheimer. 

A síndrome do pôr do sol está relacionada à demência?

Há uma estimativa de que cerca de 30% dos pacientes com Alzheimer sejam afetados pela síndrome do pôr do sol. Indivíduos com outras demências também podem ser atingidos.

Essa instabilidade fisiológica e psíquica também pode afetar o ritmo cardíaco, algo que não pode simplesmente ser ignorado; se estiver presente, carece de avaliação médica. 

Síndrome

Dentre as causas e fatores agravantes da síndrome do pôr do sol, destacamos:

  • Cansaço intenso;
  • Fome ou sede;
  • Tédio;
  • Dores;
  • Mudanças de temperatura;
  • Mudanças de iluminação;
  • Necessidades não satisfeitas;
  • Depressão;
  • Rupturas no relógio biológico;
  • Jet lag (diferenças de fuso horário comuns em viagens longas);
  • Dificuldade de discernir a realidade de sonhos;
  • Infecções do trato urinário, entre outras.

Principais sinais e sintomas da síndrome do pôr do sol

Todas as alterações desencadeadas ao entardecer podem levar, em idosos com demência, a sintomas conhecidos.

Quais são os sintomas e sinais da síndrome do pôr do sol?

  • Ansiedade;
  • Irritação e inquietação;
  • Mudanças bruscas de humor;
  • Tristeza;
  • Confusão mental;
  • Aumento de energia;
  • Delírios e alucinações;
  • Temores e receios;
  • Desorientação;
  • Agitação intensa;
  • Percepção de sons e coisas irreais;
  • Entre outros.

Mesmo pessoas que são conscientes, lúcidas e cognitivamente ativas podem ser afetadas por esses sintomas. Em alguns dos casos, a síndrome do pôr do sol pode diminuir com o tempo ou persistir, inclusive intervindo no ciclo de sono e causando sonolência durante o dia e agitação à noite.

Tratamento e dicas para minimizar a síndrome do pôr do sol

Nem sempre é necessária uma intervenção medicamentosa para obter progressos no controle do problema. Muitas vezes, simples mudanças de hábitos e atitudes já fazem a diferença.

Para combater a síndrome do pôr do sol, uma das recomendações é intensificar a luminosidade. Se necessário, aumente as luzes da casa e deixe elas acesas desde o final da tarde, sem esperar que a noite chegue para acioná-las. 

Essas e outras dicas fazem parte do tratamento que médicos geriatras prescrevem para estimular a orientação dos pacientes e evitar a confusão mental.

Como lidar com a síndrome do pôr do sol em idosos?

  • Manter uma rotina de sono constante (com horários bem definidos);
  • Estabelecer horários bem definidos para as atividades cotidianas, incluindo a higiene pessoal;
  • Planejar atividades mais intensas durante o dia para que a energia seja liberada nos momentos certos;
  • Intensificar a exposição à luz solar de dia e escurecer bem o quarto à noite;
  • Limitar o consumo de açúcar e de cafeína;
  • Limitar o tempo de sono (cochilos) ao longo do dia;
  • Reduzir ruídos e estímulos visuais à noite, o que inclui mexer no celular, assistir televisão e usar o computador;
  • Manter objetos e fotos familiares na decoração de casa para criar um ambiente mais acolhedor e seguro;
  • Manter uma luz fraca acesa à noite quando o ambiente é desconhecido;
  • Ouvir músicas mais suaves depois do entardecer, como música clássica, para reduzir a ansiedade.

Esses são somente alguns exemplos. Profissionais da saúde e cuidadores qualificados costumam compreender bem as necessidades dos idosos e portadores da doença de Alzheimer, para ajudar a colocar em prática hábitos mais saudáveis, visando evitar as consequências da síndrome do pôr do sol.


Se precisar de ajuda para encontrar cuidadores de idosos qualificados, conte com a Acvida.

Respostas de 8

  1. Meu pai esta passando por tudo isso e não sabemos como lidaressa doença e devastadora,muito triste ver quem nos criou passar por tantas dificuldades.
    Ele simplesmente não dorme a noite .

    1. Olá, os hábitos e costumes no ambiente familiar deve ser modificado, fazendo com que o idoso(a) sinta a necessidade de descansar no período da noite, ele mesmo informará que está com sono, ou muitas vezes ele não vai saber o que realmente está sentindo. O mais adequado é seguir as dicas citadas no artigo, como, evitar café, chocolates, refrigerantes, ou seja, produtos que tenham cafeína, abaixar a luz da casa ou do ambiente onde ele estiver, e principalmente ter paciência, afinal, eles não tem mais a sã consciência da coisas.

  2. sou cuidadora de uma idosa de 96 anos, ela tem á síndrome do por do sol, coloco música ela gosta, muda muito o humor e quando insisto com algo ela Xinga. Sei que ñ é ela e sim a doença.. fala muito da vida dela que sempre ia dançar e dançava muito bem, era professora tem um jeito especial, gosto muito dela.

  3. Minha mãe, com 88 anos, tem a síndrome do entardecer; no meio da tarde, começa agitações, delírios, desespero, agressividade, pede pra ir embora… e muitas outras coisas; já tentei de tudo; ela tem certo grau de demência, mas, não perdeu o hábito de ter autoridade e mandar as pessoas; somos 06 irmãos, apenas eu, estou com a responsabilidade; tem sido muito difícil, mas não desanimarei…ela ja teve várias quedas, chegando a ficar internada por vários dias; anda com dificuldade, mas, não se pode descuidar que se levanta e cai; é totalmente desobediente a banhos e troca de fraldas; conclusão: embora as doenças, temos que nos reeducar para a velhice…caso contrário, poderemos dar muito trabalho, além da conta a um familiar como nesse caso; bastante difícil conciliar tudo isso, sem perder “o tempo” da própria vida; entendo por carinho, gratidão e responsabilidade, que temos que zelar de nossos pais, mas, a peleja com idosos sistemáticos é quase impossível;
    Que esse depoimento, nos conduza a velhices mais fáceis e menos dolorosas a quem é responsável.

    1. Nossa, minha mãe tb esta assim, quadro muito parecido c sua mãe, Maria. Estamos ficando loucas pq moramos em outra cidade e a cuidadora liga todos os dias de manha p falar das instabilidades dela. Não temos como morar perto dela e nem como traze-la p perto da gente, pq nunca quis vir e agora pode piorar a situação se tirarmos ela de casa e ainda trocar de cidade. Pensamos em uma casa de idoso por aqui, mas não imaginamos como vai ser. Se ela vai piorar ou não, embora achamos que será um ambiente mais digno p ela. Tudo muito novo p nós, estamos enlouquecidas c estas pioras mentais dela. Aceito sugestões de quem já passou por isto.

    2. Maria, me chamo Andrea e minha mãe tá igualzinha a sua. Até mas personalidade. Cuidei do meu pai com Alzheimer e agora ela está assim. Somos 2 filhas mas eu é q ficava com ela porém adoeci psicologicamente( depressão+ transtorno de ansiedade) com até 5 crises de ansiedade por dia. Hj temos uma cuidadora durante a semana. Meu problema é q minha mãe não quer fazer nada. Não se interessa por nada então cochila o dia todo. E se insistimos ela fica agressiva.

  4. Minha mãe tem 73 anos, quem cuida dela sou eu Eliana a própria filha tem seis meses e confesso está muito difícil lidar com esse comportamento, ela já tentou fugir de casa, aqui aonde moro é RJ tem uma estrada muito perigosa já viram atravessando indo para pista de skate que é o ambiente é perigoso, ela dorme e acorda irritada, ela, lembra de todos da família menos eu a filha que cuida dela, na mente dela ver crianças, e agora uma sobrinha que para, ela é boazinha que ajuda e ela não ver, quando dá um clique na mente ela começa a surtar aonde está a sua filha que sou eu Eliana, ela grita, chora e quer ir embora, desculpe gente mas estou cansada, triste e desanimada perdi muitos quilos, já não sei o que fazer, me ajudem nos comentários por favor.

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