6 passos para ajudar na aceitação do idoso (aceitar que precisa de cuidados)

Trabalhar a aceitação do idoso quanto a receber ajuda externa pode ser bem difícil. Especialmente se quem está tentando convencê-lo é um familiar. Já diz o ditado: santo de casa não faz milagre.

Na maioria das vezes, os idosos podem se mostrar intransigentes quanto à necessidade de cuidado e à presença do cuidador. Sempre viveram de forma independente, nunca precisaram de ajuda para resolver suas coisas, criaram os filhos, por que aceitar em sua própria casa uma pessoa que nem é da família?

Vamos entender mais sobre o tema e conhecer 5 passos que podem auxiliar as famílias neste momento tão delicado.

Aceitação do idoso

A primeira dica para melhorar a aceitação do idoso é assistir o vídeo O que fazer quando o idoso não aceita cuidados?.

Ele traz considerações úteis acerca do tema, recomendadas não apenas para familiares, mas também para cuidadores que desejam entender o ponto de vista de quem recebe os cuidados.

Negação ao cuidador 

Para trabalhar a aceitação do idoso ao cuidado, é preciso se colocar no lugar dele. Alguns entram em pânico ao perceber que não conseguem mais fazer coisas que fazia anteriormente.

Além disso, é comum a pessoa achar que seu espaço e privacidade estão sendo invadidos por um completo estranho.

Engajamento

Nossa segunda dica: é importante que o cuidador, juntamente com a família, entenda que é preciso criar estratégias durante todo esse tempo para engajar o paciente.

Não existe o certo ou errado. Na realidade, existe a estratégia que melhor se adapta para cada pessoa.

Ouvir e dar atenção à pessoa assistida funciona muito bem quando o assunto é a aceitação do idoso. Quem não gosta de se sentir importante?”

Adriano Machado, fundador da Acvida Cuidadores.

Raiva ao cuidado 

Quando o paciente é doente, a aceitação pode ser mais demorada do que o normal. É possível que a pessoa assistida sinta raiva dos cuidados oferecidos, ou mesmo dos cuidadores, que podem ser estigmatizados como a “marca de sua incapacidade”.

Saúde

Nossa terceira dica: esclarecer que o cuidador é um “braço”, mas que a “cabeça” continua sendo do paciente.

Em outras situações, quando o paciente sofre de demências, a agressividade pode estar presente e dificultar tudo. O idoso acaba estranhando aquela pessoa “diferente” em seu lar, e isso gera ansiedade nos familiares. Medo, desconfiança, irritação, bem como diversos outros sentimentos confusos podem ser projetados na figura do cuidador. Tudo isso acaba dificultando a aceitação do idoso. 

Aceitação

Alguns indivíduos da terceira idade não querem receber ordens e viver às regras dos demais. Isso é extremamente comum quando um dos filhos assume as tarefas cotidianas na casa dos pais, por exemplo, quando percebem que deixar o idoso sozinho é um risco.

Sempre cuidei de você. Troquei suas fraldas. Você não vai mandar em mim!

Dona Arlinda (nome fictício), relutando em aceitar a presença da filha em sua casa

Quando o idoso percebe (ou sente que os outros perceberam) que ele ou ela já não possui o poder de decidir sobre si próprio, tal constatação pode ser grande fonte de frustração. A agressividade nestes casos costuma ser uma reação comum.

Reação

Nossa quarta dica: tais situações (de agressividade) não devem ser interpretadas como pessoais. Todos devem ter isso sempre em mente. Para os familiares, a dica é “enxugar o lado emocional”, ou seja, ter a distância requerida para tratar cada situação. Para tal, muitas vezes, é mais producente ter cuidadores profissionais.

Saber se esquivar de atitudes físicas (agressivas) e aprender a rir de si mesmo, além de ter muita paciência, também pode ajudar.

Depressão ao perceber que precisa de cuidados

Antes que a aceitação do idoso ocorra, de fato, podem haver casos que acabam em depressão; algo comum, mas nunca normal. 

Na terceira idade é usual que a depressão esteja associada a respostas somáticas. Irritabilidade, agressividade e referência a dores e incômodos genéricos (sem causa específica) podem se tornar recorrentes.

O cuidador não deve ignorar. Ao contrário, deve servir de braço amigo e ponte entre a pessoa assistida, a família e os profissionais de saúde que acompanham o paciente.

Nossa quinta dica: garantir que as prescrições de medicação sejam seguidas, pois são fundamentais para equilibrar quadros depressivos e evitar crises. Parece óbvio, mas (na prática) nem sempre é.

Idoso começa a negociar com o cuidador 

Em alguns casos, a aceitação do idoso até ocorre, apenas para se descobrir que tudo não acontece como deveria.

Se você contar para a minha filha que eu chamo garotas de programa para a minha casa, vou fazer ela te demitir!

Seu Noronha (nome fictício), alcoólatra, chantageando a cuidadora contratada pela filha para acompanhá-lo.

O profissional cuidador deverá ter bastante atenção para ganhar a confiança do idoso com atitudes sinceras, e para evitar as armadilhas em que muitas vezes é colocado (como no caso acima).

Nossa sexta dica: cuidador, nunca omita uma situação de quem o contratou, sob pena de haver quebra de confiança.

A confiança é como um muro, assentado tijolo a tijolo ao longo do tempo. Mas, para derrubá-lo, basta um golpe no lugar certo.

Ditado popular

Siga sempre os 10 mandamentos do cuidador de idosos, disponíveis gratuitamente no Diário do Cuidador da Acvida (detalhes no vídeo abaixo).

Aceitação ao cuidado 

A aceitação do idoso ao cuidador deve acontecer naturalmente com o passar do tempo.

O profissional deverá se aproximar com bastante discrição e pertinência, sempre falando baixo e com carinho. Quando tudo se alinhar como esperado, o idoso deve ver o cuidador, acima de tudo, como um amigo.

Perguntas frequentes

Abaixo trazemos as dúvidas de nossos leitores sobre o tema “aceitação do idoso”, respondidas pelos especialistas da Acvida cuidadores.

Como ter empatia com o idoso?

Ter empatia com idosos envolve tentar entender e sentir as experiências, emoções e perspectivas sob a ótica deles. Sob este ponto de vista não é diferente de se lidar com as demais pessoas, mas exige mais atenção, visto que a diferença de idade, e consequentemente as diferenças culturais, podem dificultar a comunicação.

Como convencer um idoso teimoso?

Convencer um idoso teimoso pode ser um desafio, pois eles podem ter opiniões e hábitos enraizados que são difíceis de mudar.

Mantenha a calma, ouça suas preocupações, evite a palavra “não” nas conversas. Mais uma vez, tente ver as coisas sob a ótica dele ou dela. Se nada disso funcionar, dê um tempo e, como diria Raul Seixas, “tente outra vez” algum tempo depois.

Qual é a maior dificuldade em atender um idoso?

Em nossa humilde opinião, as maiores dificuldades que as pessoas encontram para se comunicar com os idosos estão relacionadas à criação de empatia, a não saber se colocar no lugar da outra pessoa, e a não saber ouvir suas demandas.

Como devem ser tratados os idosos?

Os idosos devem ser tratados com respeito, dignidade e compaixão, sempre com a mesma consideração e cuidado que qualquer outro indivíduo merece, independentemente de sua idade. Reforçamos: é preciso se colocar no lugar da outra pessoa se você quer entendê-la.

Como o apoio emocional ajuda os idosos?

O apoio emocional é fundamental para a saúde e bem-estar dos idosos. Seja oferecido por psicólogos, por outros profissionais de saúde como terapeutas ocupacionais, e indispensavelmente por familiares.

O que os idosos gostam?

Os idosos são pessoas únicas, com interesses e preferências individuais. Assim, dizer o que gostam é algo que deve ser feito num panorama individualizado.

Idosos

Do que não gostam é mais fácil: certamente não apreciam serem tratados como incapazes ou como crianças!

Como é visto o idoso hoje em dia?

Em muitos casos, infelizmente, de forma estigmatizada e depreciativa. Em civilizações do passado, os idosos eram frequentemente vistos como membros relevantes da sociedade, que tinham suas experiências e vivências como algo valioso que deveria ser compartilhado. Tal visão nem sempre é respeitada e considerada no contexto atual.

Por que é importante a valorização dos idosos?

Em uma frase: porque são seres humanos!

E note que nesta resposta não diferenciamos ou categorizamos as pessoas (negros, brancos, indígenas, asiáticos, judeus, cristãos,…). Somos todos seres humanos, e os rótulos não mudam isso! Trate os idosos e a qualquer outra pessoa como você gostaria de ser tratado!

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